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Ouvindo o Silêncio

Redação (Sexta-feira, 05-07-2013, Gaudium Press) – Velocidade, barulho, frenesi… Eis características gerais que marcam o mundo hodierno. A cada instante somos atormentados pelo roncar dos motores, o tilintar do telefone, o chiar da rádio, o gemido da sirene, enfim, tudo parece cantar a sinfonia da cacofonia, da agitação, da superficialidade. E, o pior de tudo, é que até os lugares próprios ao recolhimento se nos apresentam barulhentos.

É ou não é verdade que vivemos em cidades ofegantes e frívolas, distantes da boa conversa e do recolhimento!?

Pois bem, qual a origem desse desequilíbrio? A ausência do silêncio!…

O silêncio nos pesa, mas é sumamente necessário. Ele cria espaço para a profundidade e torna fácil o encontro com Deus. O silêncio é a grande lei da vida sobrenatural: é nele que certamente ouviremos a voz de Deus respondendo as nossas aflições, e principalmente, inspirando-nos novos ânimos, novos propósitos, e consolidando nosso amor, tornando fecundos os nossos bons atos e atraindo as graças de Deus.

Pela linguagem do silêncio a alma se eleva para determinada ordem de considerações e de ideias, que no recolhimento se apresentam de um modo sem igual.

Muitas vezes um curto período de silêncio numa capela recolhida fala-nos mais que muitas palavras humanas, pois é no silêncio que conseguiremos ouvir, sem obstáculos, o ressoar da voz divina em nossos corações.

O recolhimento é o lugar onde se planeja a ação. Tanto é assim que criaram-se na ONU quartos de silêncio para os grandes homens meditarem e refletirem a fim de preparem as grandes decisões…

Os destinos do mundo são resolvidos no interior dos corações… Contudo, o homem parece ter medo de isolar-se, de defrontar-se consigo mesmo, de praticar o silêncio com seriedade, ordenação e profundidade, preferindo muitas vezes atirar-se na inconstância, nas conversas vazias que não produzem frutos espirituais nenhum, e na superficialidade ­- que o torna vazio e sem consistência de pensamento.

Ah, se o homem soubesse aproveitar-se do silêncio… Sabemos que barulho e agitação demasiada podem causar problemas nervosos, desequilíbrios, e até levar a problemas cardíacos. Mais ainda, quantos pecados são cometidos por falta de silêncio nas más conversas aprendidas e exibidas nas televisões, na família, nas companhias…

O hábito salutar da boa conversa e do silêncio vão desaparecendo da sociedade!

Lembre-se: se souberdes ouvir o silêncio, ele te aconselhará. Não sejas surdo para o silêncio: procure ouvir, no silêncio, a voz de Deus.

Por Danilo César dos Santos

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