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Eliseu ressuscita um menino

Redação – (Quarta-feira, 01/06/2016, Gaudium Press) – Ao ser levado desta Terra por um carro de fogo, conduzido por cavalos de fogo, Elias entregou seu manto a seu discípulo Eliseu, o qual recebeu o dom do profetismo e logo depois começou a realizar milagres.

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O sal tornou sadias as águas insalubres

Encontrava-se ele às margens do Rio Jordão, cujas águas pouco antes haviam se dividido milagrosamente pela ação de Elias. Mas agora as águas corriam normalmente. Eliseu, pleno de fé, tomou o manto de Elias e com ele feriu as águas, que novamente se apartaram e ele atravessou o rio.

Eliseu caminhou até Jericó, onde lhe disseram que as águas da cidade eram insalubres e a região estéril. O Profeta ordenou que lhe trouxessem sal e ele lançou-o numa fonte, invocando a Deus. Imediatamente as águas se tornaram saudáveis e “ficaram sadias até hoje” (II Rs 2, 22).

A Santa Igreja Católica, no anterior ritual de bênçãos, de 1952, faz referência a esse milagre, no item relativo ao exorcismo e bênção do sal. Diz o sacerdote: “Eu te exorcizo sal, criatura de Deus, pelo Deus vivo, pelo Deus verdadeiro, pelo Deus santo, pelo Deus que ordenou ao Profeta Eliseu que te lançasse à agua, para sanar sua esterilidade; para que te tornes sal exorcizado em proveito dos fiéis…”

Em seguida, Eliseu dirigiu-se para Betel. No caminho, um bando de meninos saiu da cidade e começaram a zombar do Profeta, pelo fato de ser calvo. Betel era uma das cidades onde se adorava o bezerro de ouro (cf. I Rs 12, 29), e certamente esses meninos foram mandados para injuriar o Profeta de Deus. Voltando-se para eles, Eliseu “os amaldiçoou em nome do Senhor. Saíram então dois ursos da floresta e despedaçaram 42 deles” (II Rs 2, 24).

“Essa vingança não tinha nada de pessoal, mas seu objetivo era manifestar a onipotência terrível de Jeová, que os habitantes de Betel ultrajavam em seu Profeta.” E São João Bosco afirma: “Terrível exemplo para aqueles que ousam desrespeitar os mais velhos, ou os ministros de Deus!”

Depois disso, o varão de Deus foi para Monte Carmelo e posteriormente voltou para a Samaria, capital de reino de Israel.

Multiplicação do azeite

Certo dia, a mulher de um dos discípulos de Eliseu veio a sua presença, disse-lhe que seu marido falecera e que seu credor viera à casa dela para tomar seus dois filhos como escravos, pois ela não possuía bem algum e somente tinha em sua residência uma vasilha com azeite.

O Profeta mandou-lhe que pedisse emprestadas a todos os seus vizinhos vasilhas vazias em grande número; e derramasse nelas azeite até que se enchessem. Plena de fé como a viúva de Sarepta (cf. I Rs 17, 10-16), a mulher assim fez, ou seja, o azeite se multiplicou.

Ela voltou à presença de Eliseu e lhe contou o fato. O Profeta disse-lhe: “Vai, vende o azeite e paga o teu credor. O que sobrar é para viverdes tu e teus filhos” (II Rs 4, 7).

Ressurreição do filho da sunamita

Certo dia, Eliseu entrou em Sunam e uma senhora pediu-lhe que fosse tomar as refeições em sua casa. Ela era rica, mas não tinha filhos. O Profeta atendeu-a e, sempre que passava por essa cidade, alimentava-se nessa residência.
Então a generosa sunamita pediu ao marido, o qual já era velho, que construísse, no terraço de sua casa, um pequeno quarto para hospedar Eliseu quando ele fosse a Sunam. Estando certa vez em seu aposento, o Profeta mandou chamar a senhora e disse-lhe que, no prazo de um ano, ela teria um filho. Isso de fato ocorreu.

Estando já crescido, o menino foi falar com seu pai, que dirigia os trabalhos de colheita no campo e, por ter ficado exposto aos ardores do Sol, sofreu uma insolação, fenômeno comum naquelas paragens, e começou a sentir violentas dores de cabeça. O pai mandou a um servo que levasse o menino para sua casa, mas lá chegando ele morreu. A mãe, fazendo um ato de Fé, tomou o cadáver, colocou-o sobre a cama de Eliseu e, com autorização de seu marido, foi, acompanhada de um servo, ao encontro do Profeta, que estava no Monte Carmelo.

Ao ver o varão de Deus, a sunamita abraçou os seus pés, transida de dor. Percebendo o que havia acontecido, Eliseu entregou seu bastão a Gieze, “seu servidor, mas bem pouco seu discípulo como os fatos o demonstrarão”e mandou-o dirigir-se até a casa da sunamita, onde deveria tocar o cadáver do menino com o bastão; o servo assim fez, mas o cadáver não se moveu. Então, Eliseu acompanhou a mulher até a casa dela, entrou em seu aposento e deparou-se com o menino morto estendido em sua cama. Fechou a porta e orou a Deus, que operou o milagre da ressurreição do menino.

Eliseu mandou a Giezi que chamasse a mãe, a qual, ao ver o menino vivo, sua dor se transformou em alegria; ela prosternou-se aos pés do Profeta, e deu graças a Deus por esse portentoso milagre.

Prevendo que haveria fome em Israel durante sete anos, Eliseu recomendou a essa senhora sunamita que se mudasse, com todos os seus, para o estrangeiro. Ela assim o fez e, passados os sete anos, voltou da terra dos filisteus; dirigiu-se ao rei e pediu que lhe fossem devolvidos seus bens os quais haviam sido confiscados. Giezi estava conversando com o monarca, e informou-o que o filho dessa senhora havia sido ressuscitado por Eliseu; então, o monarca atendeu ao pedido dela (cf. II Rs 4, 8-37 e 8, 1-6).

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada”, 71)

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1 – FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 3. ed. Paris: Letouzey et aîné. 1923, v.II, p. 567.
2 – História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p.130.
3 – Cf. DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église depuis la Création jusqu’à nos jours. Paris : Louis Vivès. 1874. v. II, p 635.

3 – FILLION, op. cit. v, II, p. 574.

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