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O cordeiro pascal

Redação – (Segunda-feira, 16-03-2015, Gaium Press) – Antes de infringir a mais terrível das dez pragas contra o Egito, Deus instituiu para os hebreus a refeição cerimoniosa da imolação do cordeiro pascal, o qual é símbolo de Nosso Senhor Jesus Cristo.O cordeiro pascal1.jpg

Devido à dureza de coração do faraó, Deus disse a Moisés que lançasse ao ar, diante daquele ímpio, um punhado de fuligem de forno para provocar chagas nos egípcios.

Sexta e sétima pragas: tumores e granizo

O profeta assim o fez e imediatamente surgiram tumores e pústulas, não só nas pessoas, mas também em seus animais domésticos.

Também nos magos se formaram tumores, mas o faraó continuou empedernido e não permitiu que os hebreus saíssem do Egito, para realizar sacrifícios no deserto.

Atendendo às ordens de Deus, Moisés apresentou-se diante do faraó e apontou seu cajado para o céu. Começou, então, “uma chuva de pedra, acompanhada de raios e trovões, tão forte como nunca houve no Egito em toda a sua história” (Ex 9, 24).

Como consequência, tudo que estava nos campos, tanto pessoas como animais, morreram; e toda a vegetação foi devastada. Apenas na terra de Gessen, onde habitavam os israelitas, não caiu granizo.

O faraó disse a Moisés que, juntamente com seu povo, havia pecado; e acrescentou que atenderia ao pedido do profeta. Moisés, então, levantou seu cajado em direção ao céu e, imediatamente, cessaram a chuva, o granizo, os raios e trovões.

Novamente, o faraó não cumpriu sua palavra… E por isso Deus lançou mais uma praga.

Oitava e nona pragas: gafanhotos e trevas

Sempre agindo conforme a vontade de Deus, Moisés estendeu seu cajado e começou a soprar um forte vento, durante um dia e uma noite.

Na manhã seguinte, gafanhotos invadiram todo o território do Egito e “devoraram toda a vegetação do país, os frutos das árvores e tudo o que o granizo havia deixado” (Ex 10,15).

Pedindo a Moisés perdão pelo seu pecado, o faraó rogou que cessasse aquela praga, e prometeu que deixaria os hebreus partirem. O profeta implorou a intervenção de Deus, que mandou um forte vento o qual arrastou todos os gafanhotos e os lançou no Mar Vermelho.

Mas o faraó não concedeu a permissão. E nova punição caiu sobre ele e seu povo.

Obedecendo ao Altíssimo, “Moisés estendeu a mão para o céu, e fez-se densa escuridão em todo o Egito durante três dias. Um não podia ver o outro e, durante três dias, ninguém se moveu do lugar onde estava. Mas onde moravam os israelitas havia luz” (Ex 10, 22-23).

A respeito dessa terrível praga, afirma o Livro da Sabedoria que os egípcios, “ora eram agitados pelos monstros dos fantasmas, ora desfaleciam como se entregassem o espírito: um medo repentino e inesperado se derramava neles”.

O vento soprando, o suave canto dos pássaros, a água que escorria, “tudo os fazia desfalecer de terror” (Sb 17, 14. 18).

O faraó disse a Moisés que poderiam sair todos os hebreus, mas não as ovelhas e os bois que lhes pertenciam. Evidentemente, Moisés não aceitou. Indignado, o ímpio faraó declarou a Moisés que nunca mais aparecesse diante dele, pois do contrário seria morto.

Preparação para a décima praga

Face à iniquidade do faraó, Deus afirmou a Moisés que mandaria um castigo tão tremendo aos egípcios, que estes não só permitiriam a saída dos hebreus, mas os impeliriam a que o fizessem; antes da retirada, os israelitas deveriam pedir aos egípcios que lhe entregassem objetos de ouro e de prata.

Moisés compareceu diante do faraó e lhe comunicou o que o Altíssimo faria: todos os primogênitos do Egito, não só entre os seres humanos, mas também entre os animais, morreriam à meia-noite; mas com os hebreus nada aconteceria. Depois de ter dito isso, “fervendo de indignação, Moisés retirou-se da presença do faraó” (Ex 11, 8).

A fim de preparar os hebreus para esse fato que marcaria a História da humanidade, Deus quis que o povo realizasse algo semelhante a uma liturgia.

Cada família deveria escolher um cordeiro sem defeito, e num mesmo dia, ao cair da tarde, toda a comunidade de Israel reunida imolaria os animais. Depois, o animal seria assado ao fogo, e com um pouco de seu sangue precisariam untar as ombreiras das portas das casas onde comessem. Os cordeiros assados deveriam ser comidos com pão sem fermento e ervas amargas; tudo isso tem seu significado.

Simbolismo

E Deus estipulou a postura dos israelitas durante essa refeição: “Com os cintos na cintura, os pés calçados, o cajado na mão, e comereis às pressas, pois é a Páscoa (isto é, Passagem) do Senhor” (Ex 12, 11).

Por fim, o Altíssimo afirmou que esse seria “um memorial em honra do Senhor” (Ex 12, 14), o qual precisaria ser celebrado por todas as gerações. O cordeiro pascal.jpg
Explica São João Bosco:

Páscoa é palavra hebraica que significa ‘passagem’, porque o anjo exterminador, na matança dos egípcios, vendo uma casa com os portais tintos de sangue, ‘passava’ além, sem fazer mal algum a seus habitantes.

Nós, cristãos, celebramos a Páscoa em memória da Ressurreição do Salvador, que nos livrou da escravidão do pecado.

O cordeiro pascal é figura do Redentor, que com o seu Sangue nos resgatou da morte e abriu-nos o caminho da salvação eterna.

Peçamos à Santíssima Virgem a graça de sempre nos lembrarmos dos fatos acima narrados, com espírito de Fé, certos de que Deus intervirá para nos livrar dos males presentes.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 22)

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1 – História Sagrada. 10 ed. São Paulo: Salesiana, 1949, p.68-69.

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