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Estrelas, fogos e Paraíso

Redação – (Quarta-feira, 09/12/2015, Gaudium Press) – Ao contemplarmos a abóbada celeste numa noite límpida e serena, nos encantamos com o belo cintilar das estrelas. Nossas cogitações se perdem na imensidão sideral e logo nos salta à mente uma interrogação: o que haverá nesse ilimitado espaço, além daquilo que nossa vista consegue alcançar? Ou: poderia o céu estrelado ser ainda mais esplendoroso?

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Perguntas como estas se apresentam com facilidade ao espírito humano bem ordenado. Pois, tendo sido criado para Deus e para a felicidade eterna, deveria o homem passar a vida, nesta terra de exílio, à procura do infinito, da suprema perfeição, por assim dizer, sentindo saudades de um Paraíso que ele não conhece.

Por isso, depois de maravilhar-se na contemplação dos milhares de astros que luzem no firmamento, a tendência do homem é de “enriquecer” a obra da Criação. Põe-se ele, por exemplo, a imaginar como seria mais bela a abóbada celeste se variadas fossem as cores das estrelas… Mais ainda, se elas se parecessem a imensas pedras preciosas, como topázios, safiras, rubis, esmeraldas, turmalinas, a espargir cada qual seu brilho próprio.

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Não estaria com a mente povoada dessas considerações o homem que inventou os fogos de artifício? É bem possível, pois Deus concedeu ao ser humano aspirações e aptidões pelas quais ele, de alguma forma, complementa a obra da Criação. É inegável que essa descoberta possibilitou iluminar a noite com sucessivas chuvas de coloridas estrelas cintilantes, formando um variegado conjunto que nos enche de alegria, encanto e admiração.Estrelas, fogos e Paraíso1.jpg

Tal esplendor inspirou Georg Friedrich Händel a compor uma de suas mais conhecidas obras: Music for the Royal Fireworks (Música para os reais fogos de artifício), executada pela primeira vez em 1749, no Green Park, de Londres para celebrar o tratado de Aix-la-Chapelle.

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São magníficas, sem dúvida, as chuvas multicolores dos fogos de artifício, que vão se sucedendo umas às outras. Mas quão efêmeras! É esplendorosa a abóbada celeste pontilhada de estrelas luzentes. Contudo, quão distante está desse esplendor, o rude elemento material do qual são constituídas!

No entanto, é não só legítimo, mas também benéfico nosso encanto por umas e outras. Pois elas fazem o papel de “pista de decolagem”, nos remetendo para a consideração de uma realidade incomparavelmente superior: a do universo das almas bem-aventuradas. “Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu” (Gn 22, 17), foi a promessa divina a Abraão. E qual a verdadeira posteridade do grande Patriarca, senão aquela formada pelos milhões e milhões de santos que, como afirmou Jesus, “resplandecerão como o sol” (Mt 13, 43) no Reino do Pai por toda a eternidade?

Nesse universo sobrenatural, todos nós, sem exceção, somos chamados a ser um reluzente astro. Assim, quando contemplarmos o firmamento estrelado, ou presenciarmos uma magnífica demonstração da arte pirotécnica, lembremo-nos desta animadora verdade: o Paraíso Celeste é infinitamente mais belo, e há nele um lugar para cada um de nós!

Por Marcelo Rezende Costa

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