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Outros milagres operados por Eliseu

Redação – (Quarta-feira, 15/06/2016, Gaudium Press) – Conforme Eliseu profetizara, houve em Israel uma grande fome, como castigo pelos pecados de seus reis, dos notáveis do país e também do povo.

Multiplicação de pães

E o Profeta continuou a realizar milagres, tais como:

Por falta de alimentos, numa localidade foi feita uma sopa utilizando frutos do campo prejudiciais à saúde. Eliseu colocou farinha na sopa, que se tornou saudável, e ele mandou que fosse servida à população. Em outra ocasião ordenou que fossem distribuídos pães para todo o povo. Mas somente havia 20 pãezinhos; Eliseu os multiplicou de modo que todos comeram, e ainda houve muitas sobras. (cf II Rs 4, 38-44).

“Graças à influência sucessiva de Elias e Eliseu, as escolas proféticas se tornavam pequenas para os numerosos homens que aí afluíam.”[1] Em Jericó, discípulos dos profetas pediram a Eliseu que fosse com eles até o Jordão, pois precisavam cortar árvores a fim de construir uma moradia mais ampla.

Trabalhavam os discípulos às margens do rio, quando o ferro do machado de um deles destacou-se do cabo e caiu na água. O discípulo pediu auxílio a Eliseu, o qual cortou um ramo de árvore e lançou-o no local onde o ferro afundara. Imediatamente este apareceu boiando, e assim foi recolhido pelo discípulo (cf. II Rs 6, 1-7).

Soldados inimigos se tornam cegos

O Rei de Aram, ou seja, da Síria, moveu guerra contra Jorão, Rei de Israel e filho de Acab, e mandou colocar uma emboscada para aprisioná-lo. Mas o Profeta Eliseu avisou ao Rei de Israel que havia uma cilada em tal lugar, e assim salvou-o. “Isso aconteceu nem uma nem duas, mas várias vezes” (II Rs 6, 10).

Informado por seus oficiais de que era Eliseu quem desfazia as emboscadas, o Rei de Aram mandou a elite de seu exército para capturá-lo. O Profeta se encontrava em Dotain, e os soldados arameus, com seus carros e cavalos, lá chegaram à noite e cercaram a cidade. Mas Deus enviou Anjos em forma de cavalos e carros de fogo[1], que ficaram em torno de Eliseu; entretanto, isso era visto somente pelo Profeta e, para que não se deixasse dominar pelo pânico, também pelo seu servo – substituto de Gieze, que ficara leproso.

Os inimigos investiram contra Eliseu, o qual pediu ao Altíssimo que os ferisse de cegueira, no que foi atendido. Então o Profeta os conduziu até o Rei de Israel, que se encontrava na cidade de Samaria. Lá chegando, Eliseu rogou a Deus que lhes devolvesse a visão.

Aos vê-los, Jorão perguntou a Eliseu se deveria matá-los. O Profeta respondeu que, pelo contrário, precisaria dar-lhes alimento. O monarca, então, ofereceu-lhes um grande banquete, depois do qual voltaram para a Síria. Nesse banquete preparado a pedido do Profeta, percebe-se o coração magnânimo de Eliseu.[2]

Mãe come seu próprio filho

Posteriormente, Ben-Adad, Rei de Aram, sitiou Samaria e o cerco foi tão prolongado que houve terrível fome na cidade, que era protegida por uma muralha. Houve então uma cena horrenda.

O Rei de Israel, fazendo sua ronda, andava no alto da muralha – que era bem larga e se podia caminhar facilmente sobre ela[3] -, e viu no solo duas

mulheres discutindo entre si. Uma delas gritou: “Salva-me, senhor meu rei! […] Essa mulher aí me disse: Dá teu filho, para que o comamos hoje. E amanhã vamos comer o meu. Cozinhamos então meu filho e o comemos. No outro dia, eu lhe disse: Dá teu filho para comermos, mas ela escondeu seu filho” (II Rs 6, 26.28).

Era a realização literal da ameaça lançada por Deus, através de Moisés, contra os israelitas que não cumprissem sua Lei: “Se não obedeceres à voz do Senhor teu Deus, guardando e praticando todos os seus mandamentos e leis, […] comerás o fruto de tuas entranhas, a carne de teus filhos e filhas que o Senhor teu Deus te houver dado, por causa do cerco e da angústia com que os inimigos te apertarem” (Dt 28, 15.53). Ora, o Rei, os notáveis e o povo tinham desprezado os Mandamentos da Lei de Deus e até mesmo caído na idolatria…

Arameus fogem apavorados

Ao ouvir isto, Jorão lançou a culpa desses horrores a Eliseu, e prometeu que iria, ainda naquele dia, cortar a cabeça do Profeta.

O Rei de Israel enviou a Eliseu um mensageiro, o qual, blasfemando, afirmou que todos esses males vinham de Deus. Disse o Profeta que no dia seguinte haveria grande abundância de alimentos, mas que o mensageiro nada comeria.

De fato, ao cair da noite, os arameus fugiram apavorados porque “o Senhor tinha feito ouvir no acampamento dos arameus ruído de carros e cavalos e de um exército numeroso […] Por isso tinham se levantado para fugir na escuridão, abandonando suas tendas, cavalos, jumentos e acampamentos como estavam” (II Rs 7, 6-7). Esse grande barulho que causou pânico nos inimigos foi provocado por Deus, a pedido de Eliseu.

Então, tendo sido aberta a porta da muralha, os samaritanos saíram correndo da cidade e pilharam os acampamentos arameus, nos quais havia muitos alimentos; mas aquele mensageiro que blasfemara contra Deus morreu pisoteado pela multidão, cumprindo-se assim o que dissera Eliseu.

Que Nossa Senhora nos conceda a graça da plena fidelidade aos Profetas verdadeiros que Ela envia ao mundo, a fim de advertirem as autoridades e o povo quanto ao rumo que devem seguir, combatendo o maligno e seus asseclas, glorificando a santa Igreja Católica bem como ordenando sapiencialmente a sociedade civil.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 73)

[1] FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 3. ed. Paris: Letouzey et aîné.1923, v.II, p. 583.

[2] Cf. Idem, ibidem, v. II, p. 586.

[3] Cf. MOLERO, Francisco X. Rodriguez. In LA SAGRADA ESCRITURA – Texto y comentario por profesores de la Compañía de Jesús. Madrid: BAC. 1968, v. II, p. 678.
[4] Cf. FILLION, Louis-Claude. Op. cit. v. II, p. 586.

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