Gaudium news > Viver a Quaresma em intensa comunhão eclesial para superar individualismos e rivalidades que deturpam a face da Igreja, recomenda Bento XVI

Viver a Quaresma em intensa comunhão eclesial para superar individualismos e rivalidades que deturpam a face da Igreja, recomenda Bento XVI

Missa de quarta-feira de cinzas 13 de fevereiro de 2013 12.jpg

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 14-02-2013, Gaudium Press) – Normalmente as cerimônias da Quarta-feira de Cinzas são realizadas pelo Papa na Igreja de Santa Sabina. Nesta quarta-feira, porém, Bento XVI presidiu a Santa Missa com o rito de imposição das cinzas, excepcionalmente, na Basílica de São Pedro. Com essa cerimônia o Papa iniciou o período da Quaresma.

“Hoje, disse o Pontífice, com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos um novo caminho quaresmal, um caminho que se prolonga por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte”.

A Igreja propõe-nos o chamado que o profeta Joel dirige ao povo de Israel: “Assim diz o Senhor: retornai a mim de todo vosso coração, com jejum, com lágrimas e com lamentação” (Joe 2,12).

Missa de quarta-feira de cinzas 13 de fevereiro de 2013 15.jpg

O Papa comentou que a expressão “de todo vosso coração” significa “do centro dos nossos pensamentos e sentimentos, das raízes das nossas decisões, escolhas e ações, com um gesto de total e radical liberdade”.

Este retorno a Deus é possível, afirmou o Santo Padre “porque há uma força que não reside em nosso coração, mas que brota do coração do próprio Deus. É a força da sua misericórdia. O retorno ao Senhor é possível como graça, porque é obra de Deus e fruto da fé que nós repropomos em sua misericórdia”.

“O ‘retornai a mim de todo vosso coração’ é um chamado que envolve não somente o indivíduo, mas a comunidade. A dimensão comunitária é um elemento essencial na fé e na vida cristã. O ‘Nós’ da Igreja é a comunidade em que Jesus nos reúne: a fé é necessariamente eclesial”, sublinhou ainda o pontífice.

“E é importante recordar isso e vivê-lo neste Tempo de Quaresma: cada um tenha consciência de que o caminho penitencial não se faz sozinho, mas junto com tantos irmãos e irmãs, na Igreja”.

Missa de quarta-feira de cinzas 13 de fevereiro de 2013 18.jpg
Fiéis deixam Basílica de São Pedro após cerimônia das Cinzas

O Papa destacou, que por fim, o profeta se detém sobre a oração dos sacerdotes, os quais, com as lágrimas nos olhos, se dirigem a Deus dizendo: “Não entregues ao opróbrio a tua herança, para que as nações zombam deles! Porque dirão entre os povos: Onde está o seu Deus?” (v.17). “Esta oração nos faz refletir sobre a importância do testemunho de fé e de vida cristã de cada um de nós e das nossas comunidades para manifestar o rosto da Igreja e como este rosto é, por vezes, deturpado. Penso em particular nas culpas contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo eclesial. Viver a Quaresma numa mais intensa e evidente comunhão eclesial, superando individualismos e rivalidades, é um sinal humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes”.

O Papa continuou com seus comentários: “O ‘retornar a Deus de todo coração’ em nosso caminho quaresmal passa pela Cruz, o seguir Cristo no caminho que leva ao Calvário, à doação total de si. É um caminho no qual aprender cada dia a sair sempre mais do nosso egoísmo e dos nossos fechamentos, para dar espaço a Deus que abre e transforma o coração”. Lembrou a referência às três práticas fundamentais previstas pela Lei mosaica que Jesus fala no Evangelho de Mateus, comentando: “a esmola, a oração e o jejum são também indicações tradicionais no caminho quaresmal para responder ao convite a retornar a Deus de todo coração.”

“O nosso testemunho, disse ainda Bento XVI, será sempre mais incisivo quanto menos buscarmos a nossa glória e teremos consciência de que a recompensa do justo é o próprio Deus, o estar unido a Ele, aqui, no caminho da fé, e, ao término da vida, na paz e na luz do encontro face a face com Ele para sempre”.

Missa de quarta-feira de cinzas 13 de fevereiro de 2013 14.jpg

Para concluir, o Papa fez um conclamatório convite: “Ressoe forte em nós o convite à conversão, a retornar a Deus de todo coração, acolhendo a sua graça que nos faz homens novos, com aquela surpreendente novidade que é participação da própria vida de Jesus”. (JS)

Com informações Radio Vaticano

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas