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Santo Padre recebe Corpo Diplomático na Sala Régia do Vaticano

Cidade do Vaticano (segunda-feira, 07-01-2013, Gaudium Press). “Construir a paz significa, portanto educar os indivíduos a combater a corrupção, a criminalidade, a produção e o tráfico de drogas e também evitar os separatismos e tensões que podem provocar o desmantelamento da sociedade, que impedem o desenvolvimento e a convivência pacífica”, afirmou o pontífice durante a emergência educativa na América Latina, destacada no tradicional discurso anual ao corpo diplomático na Santa Sede. Diante dos embaixadores, Bento XVI repetiu o constante e forte apelo pela paz no mundo.

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O encontro anual ocorre sempre na esplêndida Sala Regia, pela qual se tem acesso à Capela Sistina. No início do discurso, proferido em francês, o Santo Padre destacou o significado das relações diplomáticas que a Santa Sé mantém com os 147 países do mundo, e que no diálogo com vários povos e várias culturas o objetivo é “promover a dignidade da pessoa humana e os fundamentos da paz”. Ao longo do ano passado, a Santa Sé firmou acordos bilaterais com o Burundi e com a Guiné Equatorial e ratificou o acordo com Montenegro. Além disso, a Igreja continua a participar de várias organizações e entidades internacionais.

Relembrando a “ótica cristã”, o Papa se opôs ao pensamento segundo o qual “a verdade, a justiça e a paz sejam utopias” e também contra a falsificação das religiões. “Conhecer a verdade parece impossível e os esforços para afirmá-la parecem fluir sempre para a violência”, observou o Papa, destacando que para os cristãos “existe uma conexão íntima entre a glorificação de Deus e a paz dos homens sobre a terra”, ou seja, “a paz não vem de um mero esforço humano, mas sim participa do mesmo amor de Deus”. A verdade desta dimensão transcendente do homem nos faz lembrar que “sem uma abertura transcendente, o homem se torna uma fácil presa do relativismo e assim, se torna sempre mais difícil agir de acordo com a justiça e emprenhar-se pela paz.” Bento XVI se opôs também contra “o pernicioso fanatismo de matriz religiosa”, que provoca a morte de vítimas nos vários países do mundo.

Durante o discurso, em modo amplo, o pontífice voltou a abordar a questão da paz, aludindo à Mensagem pela Jornada Mundial da Paz. O Papa chamou a atenção para a responsabilidade das autoridades civis e políticas em trabalhar pela Paz, pensamento particular que o Papa dirigiu à população da Terra Santa e do Oriente Médio. O Santo Padre também fez um apelo pela garantia da plena cidadania e à liberdade de professar a própria religião no Norte da África. Bento XVI encorajou ainda os esforços pela Paz na África subsaariana e na região do Corno da África, na República do Congo, na Nigéria e no Mali.

Bento XVI, dirigindo-se aos Países da União Européia, repetindo o apelo para que se construa uma lei que respeite a vida em todas as suas fases: “Me sinto feliz que uma resolução da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em janeiro passado, tenha pedido a proibição da eutanásia, entendida como morte voluntária, por ato ou omissão de um ser humano em condições de dependência. Ao mesmo tempo, constato com tristeza que, em Países, mesmo de tradição cristã, trabalha-se para a introdução ou a ampliação de legislações que liberam o aborto”, disse o pontífice.

O Santo Padre abordou também em seu discurso, a última decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, convidando-os a “controlar enquanto a lei não consiga alterar injustamente o equilíbrio de igual direito à vida da mãe e do filho recém-nascido”.

“Infelizmente” – disse o Papa – “sobretudo no Ocidente, são numerosos os equívocos sobre o significado dos direitos humanos e de seus deveres correlatos. Não raramente os direitos são confundidos com exacerbadas manifestações de autonomia das pessoas, que se tornam uma referência não mais aberta ao encontro com Deus e com os outros, mas ligada a si mesma na tentativa de satisfazer as próprias necessidades. Para ser autêntica, a defesa dos direitos deve, ao contrário, considerar o homem em sua integridade pessoal e comunitária.”

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Bento XVI destacou também a emergência educativa e de formação de líderes, “outra via privilegiada pela a construção da paz”. Pediu para que “se invista na educação nos Países em desenvolvimento da África, da Ásia e da América Latina”, através de ajuda na luta contra a pobreza e as doenças e uma construção de direitos equilibrados e respeitosos à dignidade humana.

Ao final de seu discurso, Bento XVI deteve-se no tema da liberdade religiosa, que se expressa nos casos de intolerância, violência e marginalização das religiões na vida social. O Papa advertiu: “proibir a crítica à consciência individual e institucional, em nome da liberdade e do pluralismos, paradoxalmente abriria as portas ás intolerância e ao nivelamento forçado.” (AA/JS)

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