Encíclica "Veritatis Splendor", a sentinela que advertiu
Cidade do Vaticano – (Sexta-feira, 09-08-2013, Gaudium Press) – Em 06 de agosto de 1993, com um texto forte que afirmava que as verdades absolutas são acessíveis a todos e que, portanto, tornou-se atualíssimo em um contexto cultural que frequentemente evidencia o contrário, o Papa João Paulo II definia e respondia questões sobre o relativismo moral, o relacionamento entre liberdade humana e lei divina, o valor da consciência diante de Deus.
Há vinte anos atrás o Papa lançava a Encíclica Veritatis Splendor.
Falando à Rádio Vaticano o teólogo, Padre Nicola Bux, consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, disse que, depois de vinte anos de lançada, a Encíclica Veritatis Splendor constitui uma pedra fundamental no campo da teologia moral católica.
Padre Nicola disse que as palavras “Veritatis Splendor” estão ligadas à Transfiguração, querendo sublinhar que a verdade não é um conceito abstrato, mas sim uma Pessoa, uma Pessoa que resplandece: Jesus Cristo.
O teólogo da Congregação da Dourina da Fé, afirmou que a Encíclica, em certo sentido, marcou a passagem de um “moralismo” para uma “moralidade”, pois, segundo ele, o moralismo é algo que se apóia no nosso esforço, a moralidade, ao invés, é o resultado de um “ir à fonte”.
E é preciso dizer que a moralidade cristã tem a sua fonte nos Sacramentos, isto é, são os Sacramentos que mudam o homem, não o seu esforço de mudar.
A Encíclica trouxe, como um dos temas principais, a resposta ao relativismo moral: uma luta em sentido amplo levada avante nos últimos anos, em particular por Bento XVI.
Hoje, há porém, em nível sócio-cultural uma surdez persistente sobre esse assunto.
E o Padre Bux afirmou sobre isso que, hoje, há até mesmo uma surdez ainda maior, porque certamente a Encíclica foi profética, como também foi a Humanae Vitae de Paulo VI, porque profeticamente tem o significado de “que viu”, “que advertiu”.
Assim, afirma o Padre Nicola Bux, mais uma vez o Papado se revela como a “sentinela” da qual fala São Gregório Magno: aquela que adverte sobre o que está para acontecer no futuro.
Hoje vivemos o que está sendo definido como um gravíssimo desastre antropológico que, com o passar do tempo, mostra cada vez mais que seus efeitos deletérios se ampliam. (JSG)
Com informações Rádio Vaticana
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