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Papa diz que seu livro pretende apresentar o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus sem academicismos

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No segundo volume de sua obra, Bento XVI continua a reflexão sobre os três aspectos da vida de Jesus: sofrimento, morte e ressurreição

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 10-03-2011, Gaudium Press) “Não pode ser dever deste livro entrar nos múltiplos problemas particulares da redação e da tradição do texto. Gostaria de limitar-me a esclarecer três elementos do discurso escatológico de Jesus, nos quais as intenções essenciais da composição tornam-se evidentes”, diz o Papa Bento XVI na introdução de “Jesus de Nazaré, II parte. Da entrada em Jerusalém até a Ressureição”, ao explicar a motivação do livro.

“Jesus de Nazaré”, obra magna teológica de Bento XVI, propõe uma releitura dos quatro Evangelhos. Neste segundo volume, o Santo Padre continua a reflexão teológica sobre três aspectos da vida de Cristo: sofrimento, morte e ressurreição. Trata-se de uma obra profundamente teológica, mas o objetivo do pontífice não é apenas apresentar um discurso acadêmico, senão recordar que também no Jesus homem, o homem de qualquer época encontra um ponto de referência para si.

Santificação e consagração do povo

Outro aspecto abordado pelo Papa no livro é o processo de consagração do povo de Israel. Segundo o pontífice, no capítulo “A oração sacerdotal de Jesus”, a “consagração no sentido de ‘santificação’ é uma segregação do resto do ambiente, pertencente à vida pessoal do homem”. “A santificação do povo vai além da dimensão terrena”, diz.

Explica Bento XVI no livro que “o processo da consagração, da “santificação” comporta de um lado “uma segregação do resto do ambiente”, por outro, uma “missão”, e esta “conexão torna-se particularmente evidente se pensarmos na vocação particular de Israel”.

Conforme o Papa, o primeiro aspecto dessa consagração, a segregação, se dá quando “a coisa consagrada é elevada em uma nova esfera não mais à disposição do homem”. O segundo, por sua vez, é a missão, pela qual “esta segregação inclui ao mesmo tempo, essencialmente, o ‘por’ (através de)”. “Justamente porque doada totalmente a Deus, esta realidade existe agora para o mundo, para os homens, e os representa e os deve curar. Podemos dizer também que segregação e missão formam uma única realidade”, escreve Bento XVI.

Para o Papa, o amálgama dos aspectos “segregação” e “missão” se faz presente justamente no povo de Israel. “Esta conexão torna-se muito evidente – continua o pontífice – se pensarmos na vocação particular de Israel: por um lado, o povo é segregado por todos os outros povos, mas por outro lado, é assim exatamente por desenvolver uma função para todos os povos, para todo o mundo. É isto que se pretende dizer com a qualificação de Israel como ‘povo santo'”.

 

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