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Bento XVI envia mensagem a presidente da CNBB por início da Campanha da Fraternidade brasileira

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Papa  Bento XVI refletiu sobre o tema e o lema da Campanha deste ano

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 09-03-2011, Gaudium Press) O Papa Bento XVI enviou ao presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o arcebispo de Mariana Dom Geraldo Lyrio Rocha, uma mensagem especial pelo início da Campanha da Fraternidade 2011 da Igreja brasileira. A CNBB costuma abrir oficialmente a Campanha na Quarta-feira de Cinzas.

Na nota em português, divulgada hoje pelo Vaticano e publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o pontífice reflete sobre o tema da Campanha deste ano, “Fraternidade e vida no Planeta”, e sobre o lema, “A Criação Geme nas dores do parto”, e diz que a “ecologia humana” deve ser o primeiro compromisso do homem. De acordo com o Papa, “o homem só será capaz de respeitar as criaturas na medida em que tiver no seu espírito um sentido pleno da vida; caso contrário, será levado a desprezar-se a si mesmo e àquilo que o circunda, a não ter respeito pelo ambiente em que vive, pela criação”.

“O primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura” escreveu ainda Bento XVI, que se disse satisfeito em unir-se mais uma vez à iniciativa da Igreja brasileira.

O Papa encerra sua nota, com data do dia 16 de fevereiro, evocando o histórico e a importância particular do meio-ambiente para o Brasil e para a sociedade brasileira, “como uma grande herança que Deus confiou aos brasileiros”, e dá sua benção apostólica a todo país.

Veja a seguir a íntegra da mensagem de Bento XVI a Dom Geraldo:

 

“É com viva satisfação que venho unir-me, uma vez mais, a toda Igreja no Brasil que se propõe percorrer o itinerário penitencial da quaresma, em preparação para a Páscoa do Senhor Jesus, no qual se insere a Campanha da Fraternidade cujo tema neste ano é: “Fraternidade e vida no Planeta”, pedindo a mudança de mentalidade e atitudes para a salvaguarda da criação.

Pensando no lema da referida Campanha, “a criação geme em dores de parto”, que faz eco às palavras de São Paulo na sua Carta aos Romanos (8,22), podemos incluir entre os motivos de tais gemidos o dano provocado na criação pelo egoísmo humano. Contudo, é igualmente verdadeiro que a “criação espera ansiosamente a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8,19). Assim como o pecado destrói a criação, esta é também restaurada quando se fazem presentes “os filhos de Deus”, cuidando do mundo para que Deus seja tudo em todos (cf. 1 Co 15, 28).

O primeiro passo para uma reta relação com o mundo que nos circunda é justamente o reconhecimento, da parte do homem, da sua condição de criatura: o homem não é Deus, mas a Sua imagem; por isso, ele deve procurar tornar-se mais sensível à presença de Deus naquilo que está ao seu redor: em todas as criaturas e, especialmente, na pessoa humana há uma certa epifania de Deus. «Quem sabe reconhecer no cosmos os reflexos do rosto invisível do Criador, é levado a ter maior amor pelas criaturas» (Bento XVI, Homilia na Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, 1º-01-2010). O homem só será capaz de respeitar as criaturas na medida em que tiver no seu espírito um sentido pleno da vida; caso contrário, será levado a desprezar-se a si mesmo e àquilo que o circunda, a não ter respeito pelo ambiente em que vive, pela criação. Por isso, a primeira ecologia a ser defendida é a “ecologia humana” (cf. Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 51).

Ou seja, sem uma clara defesa da vida humana, desde sua concepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade, sem esquecer, neste contexto, daqueles que perderam tudo, vítimas de desastres naturais, nunca se poderá falar de uma autêntica defesa do meio-ambiente.

Recordando que o dever de cuidar do meio-ambiente é um imperativo que nasce da consciência de que Deus confia a Sua criação ao homem não para que este exerça sobre ela um domínio arbitrário, mas que a conserve e cuide como um filho cuida da herança de seu pai, e uma grande herança Deus confiou aos brasileiros, de bom grado envio-lhes uma propiciadora Bênção Apostólica”.

BENEDICTUS PP. XVI

 

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