"O sacrifício de Cristo é o centro da liturgia e parte de nossas vidas”, afirmou o Papa na Catedral de Westminster

Londres (Segunda-feira, 20-09-2010, Gaudium Press) No sábado, penúltimo dia de sua visita ao Reino Unido, o Santo Padre celebrou uma missa na Catedral de Westminster, em Londres. O ponto central da homilia de Bento XVI se tornou a contemplação do grande crucifixo franciscano sobre o altar. Sobre o tema do sacrifício da Cruz, o Papa apresentou as implicações litúrgicas do mistério da Paixão de Cristo, expressando sua Cristologia e Teologia da Liturgia.

Bento XVI falou também de Cardeal Newman e disse que o religioso é um modelo para a atual geração de britânicos

“O Senhor crucificado é a fonte da nossa vida e de nossa salvação, seu sangue derramado é a fonte da vida da Igreja”, lembrou Bento XVI. “Há uma unidade entre o sacrifício de Cristo na Cruz e o sacrifício Eucarístico que Ele tem dado por Sua Igreja. Esta realidade sempre foi o coração da fé católica”, acrescentou o Papa.

Dando continuidade ao tema do sacrifício na Cruz, o pontífice observou que a Paixão do Senhor continua nos membros da Igreja, em qualquer tempo. “O crucifixo é uma lembrança da união de Cristo com nossos próprios sacrifícios, nossos próprios sofrimentos, nossas próprias necessidades, esperanças e aspirações. Os sacrifícios de Cristo estão presentes nos martírios cristãos de qualquer época, nos discriminados e perseguidos pela fé por todo o mundo, naqueles que sacrificaram suas vidas pela santificação da Igreja e pela redenção do mundo. Estão presentes também no doente, na idoso, no deficiente e naqueles que sofrem mentalmente e espiritualmente”, declarou.

Um dia antes da beatificação de cardeal Newman, Bento XVI, como não podia deixar de ser, lembrou da figura deste “grande Inglês”. “Ele é um modelo para a atual geração inglesa; de como guiar o pensamento, a palavra e ação para Cristo a fim de proteger as imutáveis verdades morais, que sustentam o verdadeiro humano e a sociedade justa e livre”, afirmou o Santo Padre, que, aproveitando o ensejo, referiu-se ao Concílio Vaticano II), e pediu aos leigos para participarem ativamente na missão da Igreja.

Fez parte da homilia do Santo Padre também os escândalos de pedofilia envolvendo membros da Igreja Católica. Com palavras fortes, o pontífice condenou os casos de abuso sexual de crianças dentro da Igreja envolvendo seu ministros e pediu perdão às vítimas. “Acima de tudo, eu expresso meu profundo pesar às vítimas inocentes destes crimes impronunciáveis, junto com meus votos de que o poder da graça de Cristo e seu sacrifício de reconciliação tragam uma profunda cura e paz para suas vidas”, concluiu.