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Mensagem final do Sínodo pede liberdade do pluralismo religioso e soluções políticas concretas

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 25-10-2010, Gaudium Press) Os padres sinodais apresentaram neste sábado, após 14 congregações e nove dias de trabalho, a mensagem final do Sínodo dos Bispos. A “Mensagem ao Povo de Deus”, dedicada ao clero, às pessoas consagradas, aos fiéis e à “todas as pessoas de boa vontade”, entre outras coisas exorta a comunidade internacional para que encontre “uma solução de paz justa e definida” no Oriente Médio e garanta “uma pátria independente e soberana” ao povo palestino, a estabilidade das fronteiras do Estado de Israel e no Líbano e a segurança no Iraque.

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Mensagem exorta a comunidade internacional a “uma solução de paz justa e definida” no Oriente Médio

A “Mensagem” é a “última palavra” da Assembleia que toda vez os padres sinodais dirigem a seus fiéis. O objetivo primeiro deste documento é pastoral. Os padres sinodais esperam que seja “um apelo à firmeza da fé” e “à colaboração na unidade e à comunhão no testemunho do amor em todos os âmbitos da vida”. O documento é composto de uma introdução, sete capítulos e conclusão.

Dirigindo-se a diversos grupos (pastores, religiosos e religiosas, eremitas, monges e monjas, leigos, famílias cristãs, mulheres, jovens, educadores, grupos de oração e movimentos apostólicos, a mídia) os padres sinodais ressaltam a particularidade das situações de vida e os encorajam na missão. Os apelos foram dirigidos principalmente aos leigos, pedindo para que testemunhem com a própria vida “cristã autêntica” a fé praticada, e que ajam na “verdade com objetividade”; às mulheres para serem mais presentes na vida social e aos jovens para que não cedam ao materialismo e ao consumismo. O papel indispensável da mídia na moderna sociedade foi também ressaltado.

Para os padres sinodais, a emigração “é um fenômeno geral” que se refere a todos, sejam cristãos ou muçulmanos e judeus, e que causa sua instabilidade política e econômica. Apesar das situações que determinam a emigração, os padres sinodais pedem aos cristãos que não vendam os bens e as terras em sua própria pátria. A terra “faz parte da identidade da pessoa e de sua missão”, e são também “um bem público, um bem da comunidade, um patrimônio comum”. Além disso, pediram aos cristãos em diáspora para enriquecer as novas pátrias com “paz, liberdade e trabalho”.

O diálogo ecumênico e inter-religioso está também presente entre os temas da “Mensagem”. Os padres sinodais sentem a necessidade de continuar a cooperação com as Igrejas ortodoxas e as Comunidades evangélicas na missão cristã. Nas relações com os judeus, é o conflito político que “separa e perturba” a vida nos países. Os cristãos e os judeus são chamados a “empenhar-se juntos por uma paz sincera, justa e definitiva”. No diálogo com os muçulmanos, os padres sinodais esperam que se aceite o pluralismo e o respeito recíproco, e que se elimine qualquer desequilíbrio ou mal-entendido”. Os cristãos juntos aos muçulmanos devem trabalhar para promover a justiça, a paz, os direitos do homem, os valores da vida e da família.

Na “Mensagem” não faltam apelos ainda às comunidades internacionais. A vida no Oriente Médio é marcada pelos conflitos, principalmente o conflito Israel-Palestina. Os padres sinodais lembram também os sofrimentos “cruentos” e “permanentes” e os assassinatos dos cristãos no Iraque.

Os cristãos como cidadãos “originais e autênticos” têm o direito de gozar todos os direitos de cidadania, de liberdade de consciência e de culto, de liberdade de educação e da mídia. Os padres sinodais condenaram ainda a violência e o terrorismo; todo extremismo e toda forma de racismo, o anti-semitismo, o anti-cristianismo e a aversão ao islã.

 

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