Gaudium news > Solidariedade humana não é “gentileza ou generosidade”, mas dever para com o próximo, afirma Dom Vegliò

Solidariedade humana não é “gentileza ou generosidade”, mas dever para com o próximo, afirma Dom Vegliò

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 27-10-2010, Gaudium Press) “Uma única família humana”. Sob este tema foi apresentada e comentada ontem em uma coletiva de imprensa na Sala de Imprensa da Santa Sé a mensagem do Papa para a Jornada Mundial do Migrante e Refugiado.

Dom Antonio Maria Vegliò, presidente do Pontifício Conselho da Pastoral do Migrante e do Refugiado, à frente da coletiva, na qual estava presente ainda o subsecretário do dicastério, P. Gabriele Ferdinando Bentoglio, disse sobre o tema que “partilhar com os outros não é um ato de gentileza ou de generosidade, mas um dever para com os membros da mesma família”.

No fluxo migratório se pode notar quatro camadas: a assimilação, a “guetização”, a fusão sincrética e o pluralismo cultural. Nenhuma delas comporta um pleno respeito e uma postura positiva para com os imigrantes, afirma o prelado. O Papa, como recorda o arcebispo presidente, deseja a “integração social”, que pressupõe a participação na criação e na mudança do racismo e da discriminação”.

O direito de emigrar é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 13. Além disso, as Nações Unidas anunciaram o ano de 2010 como “Ano internacional para a aproximação das culturas”, com o objetivo de “ressaltar a visão de uma humanidade pluralista e a interação entre diversidade cultural e diálogo intercultural”. A Mensagem do Papa se coloca na promoção dos direitos humanos para todos, e no combate a “novas formas de racismo, preconceito e discriminação”.

O subsecretário Bentoglio ficou encarregado de apresentar as estatísticas e a situação dos refugiados no mundo. Há 15 milhões de refugiados atualmente, dentre os quais 10,4 milhões estão sob responsabilidade direta do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR), e outros 4,8 milhões estão a cargo da Agência de Trabalho e Apoio das Nações Unidas no Oriente Médio (UNRWA).

Não é apenas a Europa que recebe um grande número e refugiados. Também no sul da África 220 mil solicitantes encontraram asilo, quase a mesma cifra que nos 27 Estados-membros da União Europeia, e quatro vezes mais que nos Estados Unidos, segundo os dados do dicastério. A América Latina e o Caribe, por sua vez, contam com 367.437 refugiados sob a proteção da ONU.

 

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