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Papa João Paulo II tinha uma grande capacidade comunicativa, afirma Joaquín Navarro-Valls

Roma (Segunda-feira, 04-04-2011, Gaudium Press) Um dos rostos mais conhecidos do pontificado do Papa Wojtyla, o diretor emérito da Sala de Imprensa da Santa Sé e ex-porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, falou na última sexta-feira, 01, na Pontifícia Universidade de Santa Cruz, em Roma, a respeito da hermenêutica da comunicação de João Paulo II. “Voz bela, sílaba perfeita, ideias corretas, gestos apropriados”. Foram estas as características, segundo o ex-diretor, com as quais João Paulo II conquistou as pessoas mais humildes e os grandes personagens das primeiras páginas ; aqueles com grande poder e também os jornalistas.

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Navarro-Valls declarou que João Paulo II recebia a todos sempre privadamente porque se sentia um sacerdote

Esta extraordinária capacidade de comunicação e a necessidade de um instrumento comunicativo adequado moveu Papa Wojtyla a chamar Joaquín Navarro-Valls, um leigo espanhol com experiência jornalística, pronto a criar uma comunicação profissional com o mundo, inclusive com aqueles que eram indiferentes ou contrários e à Igreja Católica. O comunicador espanhol ajudou significativamente o mundo a descobrir em João Paulo II o grande comunicador da verdade, mesmo quando suas palavras eram um pouco incômodas.

“João Paulo II dominava a televisão simplesmente ignorando-a”, observou Navarro-Valls. Em uma ocasião, em uma cena privada na residência de veraneio papal em Castel Gandolfo, disse o diretor emérito, o Papa Wojtyla observou: “O ponto central de nossa responsabilidade é manter o caráter transcendente da pessoa humana, que facilmente se pode converter em produto, em objeto. É necessário defender o caráter específico da pessoa humana, do respeito humano, da responsabilidade humana. Esta é a base de meu ensinamento”.

O diretor emérito da Sala de Imprensa da Santa Sé também abordou a forma como Papa Wojtyla tratava o medo, que, segundo o pontífice, era uma das experiências mais comuns da humanidade. Conforme Navarro-Valls, a frase famosa do início de seu pontificado, “Não tenham medo”, converteu-se pra muitos em força para viver. “A pessoa que diz não tem medo é uma pessoa que conheceu o medo e que entretanto o superou, e por isso pode dizer ‘Não tenham medo'”, declarou.

Ainda em sua alocução na Pontifícia Universidade de Santa Cruz, Navarro-Valls afirmou que João Paulo II não teve medo das pessoas e, com confiança e otimismo, se comunicou com todos, seja nos momentos privados como nos momentos oficiais. “Recebia a todos e sempre privadamente, porque se sentia sacerdote. Com os chefes de Estado falou tanto de questões morais como éticas e também aos políticos fascinava-lhes a extraordinária capacidade comunicativa do Papa João Paulo II”, disse.

Sobre a beatificação de João Paulo II, no dia 1º de maio, Navarro-Valls declarou que o espera com a mesma gratidão que sentiu alguns minutos depois da morte do pontífice.

 

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