Gaudium news > Papa pede a embaixadores que garantam o pleno respeito à liberdade religiosa

Papa pede a embaixadores que garantam o pleno respeito à liberdade religiosa

2011-01-10T130917Z_448229461_GM1E71A1MUA01_RTRMADP_3_POPE-BLASPHEMY.JPG
Segundo o Papa, liberdade religiosa significa que as comunidades religiosas podem trabalhar livremente na sociedade

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 10-01-2011, Gaudium Press) A dimensão religiosa do homem é “inegável e incoercível”, pela qual a liberdade religiosa deveria ser garantida e plenamente aplicada na sociedade e pelos governos. Foi o que declarou hoje o Papa Bento XVI, em discurso pela tradicional audiência de início de ano com os membros do Corpo Diplomático credenciado junto a Santa Sé. É tradição que no início do ano o Papa encontre todos os 178 embaixadores residentes e não-residentes em Roma que representam os seus países junto a Santa Sé.

Após os recentes graves atentados contra cristãos no Iraque, no Egito, na Nigéria, o Papa decidiu dedicar o tema deste encontro à liberdade religiosa. “Quando o próprio indivíduo ou aqueles que o circundam negligenciam ou descuidam deste aspecto fundamental, se criam desequilíbrios e conflitos em todos os níveis, tanto no plano pessoal quando no plano interpessoal”.

Entre os diversos elementos da liberdade religiosa, aos representantes de países da América Latina o pontífice pediu que garantam o “direito primordial” das famílias a educar os seus filhos e “não criem um tipo de monopólio estatal em matéria educacional”.

O Papa observou que os recentes e trágicos eventos mostraram para a opinião pública que “tal grave ferida atenta contra a dignidade e a liberdade do ‘homo religiosus'”. A liberdade religiosa significa que “as comunidades religiosas podem trabalhar livremente na sociedade, com iniciativas nos setores sociais, de caridade ou educacional”, disse, salientando ser este um direito igual entre outros direitos, e que não deveria ser tratado como secundário.

Às autoridades do Egito, após o grave atentado a uma igreja de Alexandria, o Santo Padre pediu que garantam a proteção das minorias religiosas. Aos Estados da Península Arábica, solicitou que permitam que os fiéis dispunham de adequadas estruturas pastorais para a Igreja Católica – a qual não consegue obter permissão para a construção de novas igrejas.

A “liberdade religiosa não é plenamente aplicada lá, onde é garantida somente a liberdade de culto”, tampouco onde há tolerância com a marginalização da religião, afirmou Bento XVI. Os cristãos têm o direito de agir na sociedade segundo as suas convicções religiosas e morais – o pontífice se referia sobretudo aos trabalhadores na área da saúde e outros que lidam com os casos de adoção de uma criança por um casal homossexual.

O Papa também agradeceu ao Conselho da Europa por uma resolução que protege o direito de médicos à ‘objeção de consciência’, diante de casos como o aborto.

Bento XVI pediu também que se garanta o ensino religioso a partir da escola primária nos países membros da União Europeia, com vistas respeito à própria educação sexual, para que esta não seja baseada sobre conceitos de uma antropologia contrária à fé e à correta razão.

O pontífice relançou ainda um apelo às Organizações Internacionais Intergovernamentais a promover o pleno respeito à liberdade religiosa a todos e atuar sobretudo contra a intolerância para com as religiões e no respeito dos cristãos.

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas