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Em Roma, 6° aniversário de morte de João Paulo II foi recordado com oração

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Cardeal Rylko: uma das poucas pessoas presentes no quarto de João Paulo II na noite em que ele faleceu

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 05-04-2011, Gaudium Press) No último sábado, 2 de abril, foi recordado o 6° aniversário da morte de João Paulo II, ocorrida também em um sábado, véspera do domingo da Divina Misericórdia instituído pelo próprio pontífice polonês.

No Vaticano, o aniversário passou sem particulares celebrações, porque como explicou no Ângelus o Santo Padre, por conta da beatificação no próximo dia 1º de maio, a tradicional missa de sufrágio pela alma do pontífice anterior falecido é suspensa.

O cardeal polonês, Stanislao Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, foi uma das poucas pessoas presentes no quarto de João Paulo II na noite em que ele faleceu, e ressaltou que hoje o Papa Wojtyla é “um Papa que não morre nunca”. Agora, o túmulo de João Paulo II é lugar de infinitas peregrinações de pessoas de todo o mundo que o visitam como se ele estivesse vivo e não morto. “É uma audiência que não tem fim”, observou o purpurado.

O aniversário foi recordado de maneira especial pela comunidade polonesa de Roma. Cardeal Rylko presidiu uma missa na igreja Santo Espírito Sássia, o santuário romano da Divina Misericórdia. Às 21 horas, os poloneses se encontraram na Praça São Pedro para rezar o terço. A oração foi acompanhada discretamente também pelo Papa Bento XVI da janela de seu escritório particular no Palácio Apostólico.

Como há seis anos, a Praça foi coberta de velas e com escritas de agradecimento a Papa Wojtyla. Os fiéis presentes eram menos numerosos e, em sua grande parte, poloneses a recordam a morte do primeiro papa polonês com o terço. Mas estiveram presentes também estrangeiros que acompanharam a oração, mesmo não sabendo polonês. Não faltou o canto da “Barca”, música amada por João Paulo II. Às 21h30 na janela de seu escritório particular, discretamente apareceu Bento XVI.

Seis anos atrás, antes das dez da noite, foi anunciada a morte de João Paulo II, falecido oficialmente às 21h37 acompanhado pela oração das pessoas na Praça São Pedro e nas igrejas de todo o mundo. A praça permaneceu aberta por toda a noite para oração. Os últimos momentos da vida de João Paulo II foram relatados no jornal “L’Osservatore Romano” por Dom Konrad Krajewski, um sacerdote polonês desde 1998 um dos cerimoniários pontifícios. Por sua iniciativa, depois da morte de Karol Wojtyla, foi celebrada nas Grutas Vaticanas a missa em polonês para os poloneses com intenção da rápida beatificação de João Paulo II.

“Estávamos de joelhos – conta Dom Krajewski – em volta do leito de João Paulo II. O Papa estava deitado na penumbra. A luz discreta da lâmpada iluminava a parede, mas ele estava bem visível. Quando chegou a hora a qual, poucos instantes depois, todo o mundo conheceria, repentinamente o arcebispo Dziwisz se levantou. Acendeu a luz do quarto, interrompendo assim o silêncio da morte de João Paulo II. Com voz comovida, mas surpreendentemente firme, com o típico sotaque montanhês, alongando uma das sílabas, começou a cantar: “Nós te louvamos, Deus, te proclamamos Senhor”. Parecia um trovão vindo do céu. Todos olhávamos maravilhados Dom Stanislao. Mas a luz acesa e o canto das palavras que seguiam – “Ó eterno Pai, toda a terra te adora…” – davam a certeza a cada um de nós. Então – pensávamos – nos encontramos em uma realidade totalmente diferente. João Paulo II morreu: quer dizer que ele vive para sempre.”

“Entre os deveres – prossegue o prelado polonês ao jornal – dos cerimoniários está também aquele de cuidar do corpo do Papa defunto. Pouco depois de sua morte, vesti João Paulo II junto a três enfermeiros que o haviam acompanhado por muito tempo. Mesmo que tivesse passado uma hora e meia de sua morte, eles continuavam a falar com o Papa como se estivessem falando como o próprio pai. Antes de colocar nele suas roupas, o beijavam, o acariciavam e o tocavam com amor e reverência, como se se tratasse de uma pessoa de família. O comportamento deles não manifestava somente devoção pelo Pontífice: para mim representava o tímido anúncio de uma beatificação próxima. Talvez por isso nunca me dediquei a rezar intensamente pela sua beatificação, a partir do momento que eu já havia começado a participar dela. Todos os dias celebro a Eucaristia nas Grutas Vaticanas. Observo como os funcionários da Basílica e todos aqueles que vão ao trabalho nos diversos dicastérios e escritórios do Vaticano, os gendarmes, os jardineiros, os motoristas, começam o dia com um momento de oração junto ao túmulo de João Paulo II: tocam a lápide e lhe mandam um beijo. É assim todas as manhãs.”

O cerimoniário pontífice contou também os momentos mais pessoais: “Quando celebro ou participo da Eucaristia, estou no centro do mundo; quando confesso e me confesso, no confessionário há o centro do mundo; o lugar e o tempo de minha oração constituem o centro do mundo porque quando rezo, Deus respira dentro de mim. O Papa permitiu a Deus respirar através dele: todos os dias passava muito tempo diante do tabernáculo. O Santíssimo Sacramento era o sol que iluminava sua vida. E ele diante daquele sol aquecia-se com a luz de Deus. A vida de João Paulo II era tecida de oração. Tinha sempre entre as mãos a coroa do rosário, com a qual se dirigia à Maria confirmando o seu “Totus tuus”.

As iniciativas para comemorar o próximo pontífice beato foram diversas pela Itália. Em Novara, aconteceu uma Via Sacra na Catedral com os textos da Via Sacra do Coliseu de 1993 de Madre Anna Maria Canopi, do Mosteiro Mater Ecclesiae. A oração foi seguida por testemunhos de Giancarlo Giuliani, fotógrafo que acompanhou por anos João Paulo II e Angela Ambrogetti, autora do livro “Companheiros de viagem, entrevistas em voo com João Paulo II”. A vigília de oração foi presidida pelo bispo de Novara, Mons. Renato Corti, que foi pregador dos últimos exercícios espirituais de João Paulo II no Vaticano, na Quaresma de 2005.

 

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