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Casa é onde está o meu irmão, diz Mons. Georg Ratzinger

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 14-02-2011, Gaudium Press) “Desde pequenos vivemos com um amor pela liturgia, o que continuou no seminário; mas a música (gosto pela música clássica) não foi acrescentada independentemente da liturgia. Foi uma coisa única”. É o que conta Georg Ratzinger, irmão do papa Bento XVI, na entrevista concedida a Angela Ambrogetti, vaticanista do “Inside the Vatican”. A entrevista foi realizada no último dia 25 de novembro no Vaticano por ocasião da entrega ao monsenhor do Prêmio “Fundação pro-música e arte sacra” em Roma, e publicada agora.

O irmão mais velho do Papa, Georg, de 87 anos, em suas primeiras recordações sobre o “irmãozinho” observa que os dois gostavam de brincar do “jogo do padre”. “Celebrava-se a missa e tínhamos casulas feitas para nós pela costureira de mamãe. E um de cada vez éramos o ministro e o outro o coroinha”.

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O irmão do Papa, Mons. Georg Ratzinger

Em 1946, os dois entraram no seminário de Munique, na Baviera. Depois, a partir do ano seguinte, as estradas de Georg e Joseph e os irmãos ficaram longe um do outro por 3 anos. Reencontraram-se em 1950 em Freising. A partir de novembro de 1951 até outubro ficaram em Munique em paróquias fronteiriças: Georg na igreja de São Ludovico, e Joseph no Preciosíssimo Sangue. Quando o “irmãozinho” acabou aceitando a nomeação de professor em Bonn, tornou-se então “referência para todos”.

A transferência do Prof. Ratzinger para Roma foi sentida por seu irmão como uma perda. Mons. Georg, porém, ia encontrá-lo três vezes por ano. Os momentos mais belos, segundo Mons. Georg, foram as voltas do cardeal a seu país. “Aterrissava em Munique, o sr. Künel ia buscá-lo e quando eu era ainda diretor do Coro, vinha para um jantar solene. Isto assinalava o início das férias e era muito belo”.

Uma recepção festiva permanece até hoje, mas agora é o irmão Georg que vai encontrar seu “irmãozinho” no Vaticano. “É sempre um momento muito festivo e solene quando se desce do avião. No aeroporto alguém sempre vem me buscar com o carro debaixo do avião, com os carros da polícia. Todos são muito gentis e eu posso entrar no carro e me trazem logo para aqui. (…) É sempre uma recepção muito alegre por parte das “Memores”, dos secretários, irmã Christine, que tornam a recepção muito bonita. Depois vou visitar meu irmão em seu quarto. Aquele é nosso primeiro encontro, e para mim é como voltar para casa”. Porque, como acrescenta Mons. Georg: “Para mim a casa, é o encontro com meu irmão, onde quer que ele esteja. E sinto que aqui a família do Papa tornou-se também minha família”.

O monsenhor não imaginava que seu então irmão cardeal pudesse tornar-se Papa. “Depois, quando chegou a notícia, minha primeiríssima reação foi de tristeza – confessa o irmão Georg -, porque era consciente do fato que como Papa seria transportado da sua vida privada e pessoal. Mas não sabia, contrariamente, que fosse possível manter uma relação muito pessoal com o Papa e encontrá-lo como faço agora, com todos os privilégios que recebi para chegar e partir”.

Mons. Georg Ratzinger nasceu em 15 de janeiro de 1924, de 1964 a 1994 foi diretor do coro da Catedral de Ratisbona, “Regensburger Domspatzen”. A paixão pela música é famosa nos dois irmãos Ratzinger. Na semana passada, o monsenhor foi operado nos joelhos. O irmão mais velho do Papa há anos tem problemas ao caminhar, além de sérios problemas na vista.

 

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