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Especial João Paulo II: O adeus a Papa Wojtyla

São Paulo (Domingo, 1º de maio de 2011, Gaudium Press) Quando as mais de 100 mil pessoas reunidas na Praça São Pedro viram o porta-voz vaticano, Joaquín Navarro Valls, aparecer na janela dos aposentos privados do Papa João Paulo II naquela noite de 2 de abril de 2005, elas já esperavam o pior. O pontífice aparentava uma saúde frágil há muitos anos – sofria de Mal de Parkinson – e dois dias antes fora anunciado que seu estado era grave. A notícia veio: Papa João Paulo II havia falecido. Aplausos em despedida àquele que havia sido o pontífice mais popular dos últimos anos foram ouvidos em toda a Praça. Depois, fez-se o silêncio e oração.

Os sinos da Basílica de São Pedro começaram a tocar simultaneamente. Nos aposentos papais, as 21h37 locais – hora exata em que João Paulo II faleceu – os prelados que velavam de perto o pontífice em seu momento derradeiro se despediram do Santo Padre em oração. Como contou tempos depois ao jornal L’Osservatore Romano um dos cerimoniários pontifícios na época, Dom Konrad Krajewski, em meio ao silêncio da morte de João Paulo II o arcebispo Stanislao Dziwisz levantou-se, acendeu a luz e com a voz comovida começou a cantar: “Nós te louvamos, Deus, te proclamamos Senhor”. Naquele momento, disse Dom Konrad, todos pensavam: “João Paulo II morreu: quer dizer que ele vive para sempre”.

É do próprio Dom Konrad, a descrição do que se passou horas depois do falecimento do pontífice polonês. “Entre os deveres dos cerimoniários está também aquele de cuidar do corpo do Papa defunto. Pouco depois de sua morte, vesti João Paulo II junto a três enfermeiros que o haviam acompanhado por muito tempo. Mesmo que tivesse passado uma hora e meia de sua morte, eles continuavam a falar com o Papa como se estivessem falando como o próprio pai. Antes de colocar nele suas roupas, o beijavam, o acariciavam e o tocavam com amor e reverência, como se se tratasse de uma pessoa da família”.

Luto e exéquias
Por conta do falecimento de João Paulo II, o governo italiano decretou três dias de luto em todo o país. Seis dias após a morte do pontífice, no dia 08 de abril de 2005, aconteceram as exéquias fúnebres. A cerimônia foi iniciada por volta das 10h locais com uma procissão onde 12 pessoas portavam o caixão do pontífice. Pouco depois, o então decano dos cardeais, Cardeal Joseph Ratzinger, iniciou a missa de despedida.

Cerca de 2500 convidados, entre chefes de Estado, primeiros-ministros e outras personalidades, estavam presentes. Não só eles, obviamente. Mais de 3 milhões de fiéis lotaram a Praça São Pedro e os arredores do Vaticano para render a última homenagem ao Papa Peregrino. Grande parte deles assistiu ao cerimonial em telões espalhados em diversos pontos de Roma, como o Circo Máximo, o Estádio Olímpico e as Praças de São João de Latrão e São Paulo.

A homilia do Cardeal Ratzinger foi diversas vezes interrompida em razão dos aplausos dos presentes. Durante toda a celebração, ouviram-se os gritos de “Santo Já! Santo Já!”, dos peregrinos, pedindo a canonização imediata do pontífice. Às 12h30 locais, a missa fúnebre foi encerrada e o caixão em que se encontrava o corpo de Papa Wojtyla foi mostrado aos fiéis, que aplaudiram em homenagem. Logo depois, o caixão foi levado à cripta da Basílica de São Pedro, onde foi enterrado por volta das 14h20 locais, em uma cerimônia íntima.

Bruno D’Angelo

 

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