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Especial João Paulo II: Os anos que antecederam o papado

São Paulo (Domingo, 01º de maio de 2011, Gaudium Press) Em 18 de maio de 1920, nasce em Wadowice, sul da Polônia, Karol Wojtyla, que mais tarde viria a se tornar o Papa João Paulo II. Filho de um militar austro-húngaro – de quem herdou o nome – e de uma dona de casa de origem lituana, Wojtyla tem sua infância marcada por dois duros golpes: a morte de sua mãe, Emília Kaczorowsky, e de seu irmão mais velho, Edmund.

No período de sua juventude, Karol Wojtyla demonstra uma forte ligação com o teatro, a música e a literatura, mas um encontro com bispo titular de Cracóvia na época, Cardeal Adam Stefan Sapieha, durante um visita pastoral, desperta pela primeira vez no jovem polonês o desejo de seguir a vida sacerdotal. Apesar do pendor pela vida religiosa, no começo de sua vida universitária Karol Wojtyla se dedica apenas ao teatro. Monta com amigos um grupo de teatro, mas o início da 2ª Guerra Mundial muda seus planos.

Começo da vida sacerdotal

Em 1942, um ano após a morte de seu pai, o futuro Papa ingressa clandestinamente – com o auxílio do bispo titular de Cracóvia – no Departamento Teológico da Universidade Jaguelloniana, e assim começa a viver seus primeiros dias como seminarista. Em 1946, com 26 anos, Karol Wojtyla é ordenado sacerdote no Seminário Maior de Cracóvia, celebrando sua primeira Missa na Cripta de São Leonardo, na Catedral de Wavel.

No mesmo ano de sua ordenação, Padre Wojtyla é enviado por Dom Sapieha até Roma, onde doutora-se em Teologia e Filosofia pela Pontifícia Universidade “Angelicum”. Em 1948, volta à Polônia, e após uma rápida passagem pelo interior do país, instala-se novamente em Cracóvia, onde vai aprofundar seus estudos filosóficos, sem deixar, obviamente, seu trabalho como pastor.

Em 1949, com o intuito de obter seu “doutorado de Estado”, Karol Wojtyla retorna à Universidade Jaguelloniana. Na instituição de ensino permanece por mais cinco anos até obter o título acadêmico, com uma tese que relaciona a moral cristã com os estudos fenomenológicos do filosofo alemão Max Scheler.

Já doutorado, Padre Wojtyla passa a lecionar na Universidade Católica de Lublin, como titular da cadeira de Ética. Concomitantemente, também dá aulas na Universidade Estatal de Cracóvia.

Bispo, arcebispo, cardeal e Papa

Seguindo sua carreira religiosa, em 1958 é nomeado, pelo Papa Pio XII, bispo titular de Olmi e auxiliar de Cracóvia, tornando-se assim o membro mais jovem do episcopado polonês. Doze anos depois de se tornar sacerdote e presidir sua primeira missa, Karol Wojtyla volta à Catedral de Wavel, agora para ser ordenado bispo pelas mãos do bispo titular, Dom Eugeniuzs Baziak.

No período em que atua como bispo auxiliar, Karol Wojtyla participa ativamente do Concílio Vaticano II (1962-1965). Nesta importante série de reuniões que mudou os rumos pastorais e doutrinais da Igreja Católica, o futuro papa tem importante papel na elaboração da constituição “Gaudium et Spes”.

Em 1964, falece o bispo titular de Cracóvia, Dom Baziak. A ascensão de Karol Wojtyla é rápida. Somente após seis anos de sua ordenação episcopal, é nomeado responsável pela diocese polonesa. Um ano depois, o Papa Pio XII ascende Cracóvia à categoria de arquidiocese e Wojtyla torna-se arcebispo.

Na arquidiocese de Cracóvia, Wojtyla destaca-se, entre outras atividades, por seu trabalho de integração dos leigos; de promoção humana e do apostolado juvenil; de formação religiosa dos trabalhadores e por sua forte oposição ao governo comunista que comanda a Polônia na época.

Com pouco mais de 40 anos de idade, a atuação pastoral e intelectual de Karol Wojtyla já se mostra profícua e seu futuro clerical bastante promissor. Não causa espanto então quando, em 1967, o Papa Paulo VI cria-o cardeal.

Como cardeal, Karol Wojtyla participou de cinco Assembleias do Sínodo dos Bispos, que aconteceram previamente ao seu pontificado. Cardeal Wojtyla também foi responsável pela ordenação sacerdotal mais numerosa de sua época. Em 1974, o então purpurado ordenou 43 novos sacerdotes.

Bruno D’Angelo

 

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