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Não é o castigo, mas sim o pecado que deve ser eliminado, diz o Papa na audiência geral

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Para Bento XVI, homem deve transformar o ódio no amor e a vingança em perdão

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 18-05-2010, Gaudium Press) Hoje de manhã, na audiência geral da semana, o Papa iniciou “um percurso bíblico” de apresentação de textos importantes e de figuras paradigmáticas do Antigo e do Novo Testamento, “para aprofundar o diálogo de aliança entre Deus e o homem que anima a história da salvação, até o ápice, à palavra definitiva que é Jesus Cristo”. Essa abordagem está dentro do ciclo de catequeses da audiência sobre oração, que o Papa inciou há duas semanas. Hoje, Bento XVI falou de Abraão.

O Papa destacou que Abraão é “pai de todos os crentes” e  intercedeu pelas cidades de Sodoma e Gomorra através de seu exemplo de oração. Bento XVI recordou que Abraão pediu a Deus pela salvação dos inocentes, mas também pelo perdão para os culpados, “invocando assim uma justiça não como recompensa mas uma intervenção de salvação”. O Pai de todos os crentes tinha “uma missão de salvação” de recordar a misericórdia divina às pessoas, de “levar de novo a humanidade para a fé, para a obediência, para a justiça”, disse Bento XVI.

Segundo o Papa, a intercessão de Abraão “se baseia na certeza de que o Senhor escuta com paciência a oração. A misericórdia de Deus na história se revelou plenamente quando o Filho de Deus que se fez carne trouxe a salvação ao mundo, morrendo na cruz. “Sendo assim, a oração de cada pessoa encontrará resposta”.

A oração de Abraão, afirmou o pontífice, pode parecer “paradoxal”. A lógica da divina misericórdia, a que apelou Abraão, “trata não os inocentes como culpados, mas os culpados como os inocentes”, o que se revela uma justiça “superior”. O pedido de Abraão pela oração oferece “uma possibilidade de salvação, porque se eles aceitarem o perdão de Deus e confessarem a culpa deixando-se salvar, cessarão de fazer o mal e tornar-se-ão também eles justos, que já não necessitam de punição”. O pedido de Abraão, refletiu Bento XVI, se baseia na certeza de que o Senhor é misericordioso.

“Não é o castigo – afirmou o Papa – que deve ser eliminado, mas o pecado, a recusa de Deus e do amor que traz já em si o castigo”. Por parte do homem, “há a necessidade de uma transformação que vem de dentro, um ponto de apoio para o bem, um início de onde partir para transformar o mal no bem, o ódio no amor, a vingança em perdão”.

 

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