Bento XVI diz que universidades católicas devem ser “especialistas em humanidade”

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 23-05-2010, Gaudium Press) “O horizonte que anima o trabalho universitário pode e deve ser a paixão autêntica para o homem”, afirmou o Santo Padre no sábado aos professores da Universidade Católica do Sagrado Coração, recebidos em audiência por ocasião do 90º aniversário de fundação da universidade.

No mundo de hoje, em um âmbito tecnológico e econômico desenvolvido “se encontra uma tendência a reduzir o horizonte humano ao nível daquilo que é mensurável, a eliminar do saber sistemático e crítico a fundamental questão do sentido”, declarou Bento XVI. Por isto a religião é posta fora dos espaços da racionalidade. Neste contexto, segundo o Papa é necessário afirmar o significado das universidades católicas, que devem ser “especialistas em humanidade” – promotoras de humanismo autêntico. “Porque a vocação originária da universidade é obediência à verdade e serviço à humanidade”.

“A perspectiva cristã – continuou o pontífice – como quadro do trabalho intelectual da universidade, não se contrapõe ao saber científico e às conquistas do engenho humano, mas, ao contrário, a fé alarga o horizonte do nosso pensamento, é caminho para a verdade plena, guia do autêntico desenvolvimento. Sem orientação à verdade, sem um comportamento de busca humilde e audaz, toda a cultura se desfaz, decai no relativismo e se perde no efêmero”.

É o Evangelho que é fundamento de “uma concepção do mundo e do homem que não cessa de difundir valores culturais, humanísticos e éticos” , e que humaniza o pensamento. O Papa afirmou que o homem deveria ser o horizonte do trabalho universitário e “a paixão autêntica”. Porque “somente no serviço ao homem a ciência se desenvolve como verdadeiro cultivo e custódia do universo. E servir o homem é fazer a verdade na caridade, é amar a vida, respeitá-la sempre, a começar pelas situações em que ela é mais frágil e indefesa”.