Como a Sagrada Família comemorava o Natal?
Redação (Quinta-feira, 26-12-2019, Gaudium Press) Embora não conheça nenhuma descrição a esse respeito, eu imagino que na noite de Natal Nossa Senhora e São José celebrassem o aniversário do Menino Jesus.
Um dia tão grandioso, onde os próprios Anjos cantaram “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados”, não seria festejado pela Sagrada Família?
Imaginemos o Menino Jesus aos dois anos de idade, deitado em sua caminha, e Nossa Senhora e São José aproximando-se para adorá-Lo, à meia noite do dia 24.
Em certo momento, o Menino acorda e abre os olhos. Que olhar! Abrindo os braços para ambos, Ele os abraça e os beija.
Assim devia ser esta santa noite até o primeiro Natal no qual São José não estava mais presente. Certamente, do Limbo ele comemorava e rezava.
Mas, quem sabe se ele não aparecia para preencher o vazio de sua ausência?
Durante os três anos de sua vida pública, Nosso Senhor terá passado o Natal longe de sua Mãe Santíssima?
Se assim foi, Ela estaria sozinha – acompanhada apenas pelos Anjos que, extasiados, viam-Na rezar -, entregue às recordações passadas e às previsões futuras.
Apesar disso, a alegria natalina penetrava em sua alma, e Maria tinha um Natal feliz.
Depois da Ascensão
Após a Ascensão, não estando mais Nosso Senhor presente, a Igreja – que ainda pequenina crescia como uma plantinha – a cada ano tornava o Natal mais belo e mais sagrado, introduzindo uma nova cerimônia, um novo ritual.
Natal sem Nossa Senhora
E após a assunção de Maria…
Com a subida de Nossa Senhora ao Céu, começou a longa série dos Natais em que, de modo visível, nenhum dos membros da Sagrada Família estava mais presente.
Assim, vai-se caminhando pelas vias -ora dolorosas, ora esplendorosas- da História, até o último Natal…
Haverá o Último Natal da História?
Como será o último Natal da História?
Pode-se imaginá-lo pouco antes do fim do mundo: toda a humanidade perdida, o pecado campeando no mundo, e um pequeno grupo de fiéis que ainda celebram o Natal.
Talvez haja até um contra-Natal, feito de blasfêmias, imundícies e opróbrios de toda ordem.
Entretanto, esse contra-Natal não tirará a alegria de um punhadinho de fiéis que estarão assistindo a uma Missa.
Em que catacumba seria celebrada essa Missa?
Embaixo da terra ou num quartinho apertado do 200º andar de um prédio?
De qualquer forma, seja onde for, o mesmo se passará: um vácuo no curso da dor é aberto, e surge uma alegria: Jesus nasceu, nasceu em Belém!
Após darem-se as últimas catástrofes e todos os homens morrerem, uma voz brada conclamando todos à ressurreição.
As sepulturas se abrem, de toda parte saem mortos que ressuscitam e se apresentam.
Nesta ocasião, mais uma vez Nosso Senhor Jesus Cristo virá visivelmente à Terra, em pompa e majestade, para julgar os vivos e os mortos.
A História estará terminada!
O Céu será, então, um perpétuo Natal, uma perpétua felicidade!
Por Plinio Corrêa de Oliveira
(Extraído de anotações de conferência realizada em 21/12/1984)
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