A certeza da vitória
Aconteça o que acontecer devemos ter a alegria vinda da convicção de que a causa de Deus vencerá!

Foto: Lucilia Veas
Redação (31/12/2025 09:35, Gaudium Press) Como definir a certeza da vitória?
Ao longo de toda a História, sempre existiu um motivo de esperança para os bons. No Antigo Testamento havia a promessa da vinda do Messias; no Novo Testamento há a espera pela realização das consequências desse advento, conforme as palavras de São Paulo, desenvolvidas depois pela Teologia: “A criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou), todavia, com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia” (Rm 8, 19-22).
Se a Redenção se operou para salvar homens e Anjos, seus efeitos recaíram igualmente sobre toda a ordem criada. E haverá um determinado momento em que os astros, as montanhas, os lagos e as fontes serão glorificados em decorrência dos méritos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ora, se subirmos ao mais alto mirante do orbe e olharmos para o horizonte que por ele se espalha, comprovaremos, de um lado, o caos do mundo: a civilização chegou a seu último estágio, no qual não há mais equilíbrio nem senso, não há mais educação, cultura, boas maneiras… Pouco falta para que a humanidade faça vigorar o regime do inferno sobre a terra.
Por outro lado, a inocência que resta em nossas almas nos faz perceber que é impossível a sociedade humana se manter estavelmente num estado de revolta contra o Criador, no qual a moralidade e as leis da natureza sejam violadas como o são em nossos dias. Há um determinado ponto até onde a Providência permite que cheguem as desordens, mas, ultrapassado esse limite – do qual estamos muito próximos –, os Anjos, Nossa Senhora e o próprio Deus intervirão, pois Satanás não pode estabelecer seu trono na face da terra, e a ordem do universo tem de ser restaurada de acordo com os desígnios divinos.
Que prova existe de que isso acontecerá? A prova, para aqueles que têm fé, no-la dá Nosso Senhor: “Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33). E essa palavra é reforçada pelo murmúrio interior da voz da graça, que vai-se tornando uma extraordinária sinfonia no fundo de nossas almas, a proclamar: a disciplina, o cerimonial, a sacralidade, a oração, a sabedoria, o bom senso, o pulchrum voltarão!
Assim como outrora Deus devolveu a Jó, com acréscimos, tudo o que ele perdera (cf. Jó 42, 10), tenhamos a certeza de que a este Jó – nossa triste humanidade atual – serão restituídas a virtude, a moral, a vida divina.
No que consiste, então, a certeza da vitória? Na confiança levada ao grau de convicção.
Confiança é a virtude da esperança fortalecida pela fé, de modo que entre esperança, confiança e certeza da vitória não há uma diferença de substância, mas apenas de grau. A esperança – como todas as outras virtudes – deve ser praticada. Mas, pelo nosso próprio esforço, jamais a levaremos ao extremo total. É importante, pois, pedir a Nossa Senhora que nos faça gozar de tão precioso privilégio em matéria de confiança, infundindo em nós essa convicção.
Na medida em que guardemos na alma uma convicção entusiasmada e alegre, avançaremos na prática do Primeiro Mandamento, pois só ama verdadeiramente a Deus quem a possui. Ora, cumprindo o primeiro, praticaremos todos os outros, compraremos nossa salvação e atingiremos a santidade. O que importa, sobretudo, é a fé interior, oriunda da união com Deus, pela qual cremos que nossos passos serão vitoriosos.
É preciso, portanto, ter essa perspectiva enraizada e ancorada no fundo da alma, de modo que as labaredas de nossa confiança subam até as portas da Jerusalém Celeste, repetindo o pedido do Pai-Nosso: “Venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu”!
Aconteça o que acontecer devemos ter a alegria vinda da convicção de que a causa de Deus vencerá!
Nosso objetivo é ver nascer uma era histórica muito mais santa e cheia de vitalidade sobrenatural do que foi o passado. Um reino erigido com tanta beleza, fulgor e brilho que dele se possa dizer: “O Céu foi transladado para a terra”. Este será o triunfo supremo do Sapiencial e Imaculado Coração de Maria!
Extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n. 287, novembro 2025. Por Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.





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