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Nicarágua: governo proíbe entrada de Bíblias no país

Turistas estão impedidos de ingressar na Nicarágua portando Bíblias em suas bagagens, de acordo com alerta emitido pela organização não governamental Christian Solidarity Worldwide (CSW), especializada na defesa da liberdade religiosa.

Foto: Wikipedia

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Redação (18/12/2025 08:48, Gaudium Press) A ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua alcançou um novo patamar de repressão e delírio para se manter no poder: proibiu à entrada de materiais impressos no país, incluindo a Bíblia, em meio a um contexto de crescente repressão às liberdades civis e religiosas.

Segundo a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), avisos exibidos em terminais da empresa de transporte Tica Bus na Costa Rica — que opera rotas para Manágua — alertam os passageiros que revistas, jornais, câmeras, drones e livros de qualquer tipo, inclusive a Bíblia, estão proibidos.

Um representante da Tica Bus em Honduras confirmou à CSW que essas restrições estão em vigor há cerca de seis meses.

Já a empresa Central Line S.A., que oferece serviços de San José (Costa Rica) para Manágua, publicou recomendações em suas redes sociais orientando os viajantes a não levar livros na bagagem para “evitar problemas”.

Anna Lee Stangl, diretora de Defesa de Direitos da CSW para as Américas, classificou a proibição como “extremamente alarmante” no contexto atual de repressão, exigindo sua revogação imediata e o fim das tentativas de sufocar a liberdade religiosa e de expressão.

A medida ocorre em um cenário de deterioração contínua dos direitos à liberdade de religião e expressão na Nicarágua, onde líderes religiosos enfrentam detenções arbitrárias e eventos públicos são limitados a grupos alinhados ao governo.

O governo de Daniel Ortega na Nicarágua consolidou seu caráter autoritário ao longo dos anos, especialmente com a eleição de sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente em 2016 — cargo que ela assumiu em janeiro de 2017 — e por meio de reformas que colocaram o Poder Legislativo e o Judiciário sob influência direta do Executivo.

Em 2025, uma ampla reforma constitucional, aprovada pela Assembleia Nacional controlada pelo partido sandinista, elevou Murillo à posição de co-presidente e concedeu ao casal o controle coordenado sobre todos os ramos do Estado, incluindo o legislativo, o judiciário e o eleitoral, eliminando na prática a separação de poderes.

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