“No coração se guarda o verdadeiro tesouro”, assegura o Papa Leão XIV
O Pontífice afirmou que “a verdadeira plenitude do coração não consiste em possuir os bens deste mundo, mas em alcançar aquilo que o pode preencher completamente: o amor de Deus”.
Cidade do Vaticano (17/12/2025 10:23, Gaudium Press) Na manhã desta quarta-feira, 17, durante a Audiência Geral realizada diante de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV deu continuidade ao ciclo de reflexões dedicado ao Jubileu da Esperança aprofundando o tema ‘A Páscoa como refúgio do coração inquieto’ e propondo uma leitura pascal da experiência humana marcada pelo ativismo, pela dispersão interior e pela busca, muitas vezes frustrada, de sentido.
Não somos máquinas, temos um ‘coração’
O Santo Padre iniciou sua catequese afirmando que “a vida humana caracteriza-se por um movimento constante que nos impele a fazer, a agir”, e observou que muitas das atividades que preenchem os dias das pessoas estão ligadas a compromissos práticos, responsabilidades e problemas a resolver. Entretanto, advertiu que o excesso de atividades pode transformar-se em um turbilhão que rouba a serenidade e impede de viver o essencial.
“O tempo parece ser desperdiçado em mil coisas práticas que, no entanto, não resolvem o sentido último da nossa existência. Por vezes, no final de dias repletos de atividades, sentimo-nos vazios. Por quê? Porque não somos máquinas, temos um ‘coração’; ou melhor, poderíamos dizer, somos um coração”
A verdadeira plenitude do coração
Leão XIV explicou que interpretar a vida à luz da Páscoa significa reencontrar o acesso à essência da pessoa humana. Citando Santo Agostinho, o Pontífice afirmou que “o nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Deus” e que essa inquietação revela que o coração humano está em caminho, orientado para um “regresso a casa”.
“No coração se guarda o verdadeiro tesouro, não nos cofres da terra, não nos grandes investimentos financeiros, nunca tão enlouquecidos e injustamente concentrados como hoje, idolatrados ao preço sangrento de milhões de vidas humanas e da devastação da criação de Deus”, destacou.
“A verdadeira plenitude do coração não consiste em possuir os bens deste mundo, mas em alcançar aquilo que o pode preencher completamente: o amor de Deus, ou melhor, Deus Amor. Este tesouro, porém, só se encontra amando o próximo que encontramos pelo caminho: irmãos e irmãs de carne e osso, cuja presença desafia e questiona o nosso coração, convidando-o a abrir-se e a dar-se”, assegurou.
O coração humano foi feito para a plenitude
O Papa recordou que ninguém pode viver sem um sentido que transcenda o contingente, pois o coração humano foi feito para a plenitude e não para a carência. Essa esperança tem um fundamento sólido: Nosso Senhor Jesus Cristo, que, com a sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição, lançou as bases de uma esperança que não decepciona.
“O coração inquieto não se desiludirá se se entregar ao dinamismo do amor para o qual foi criado”, garantiu. A vitória da vida já é certa e em Cristo continuará a manifestar-se em cada “morte” da vida cotidiana. Esta é a esperança cristã, dom pelo qual a Igreja é chamada a bendizer e agradecer sempre ao Senhor, concluiu. (EPC)









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