Cardeal Semeraro preside cerimônia de Beatificação de 124 mártires espanhóis
“Não heróis, nem combatentes por uma ideologia, mas testemunhas da verdadeira coragem, encerrada na capacidade de sofrer por amor à verdade e à justiça”, definiu o purpurado.
Espanha – Jaén (15/12/2025 14:37, Gaudium Press) Na manhã do último sábado, 13, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, presidiu, na Catedral de Jaén, na Espanha, uma Santa Missa durante a qual foram beatificados 124 sacerdotes, religiosos e leigos, vítimas da guerra civil espanhola.
Dom Sebastián Chico Martínez, ordinário local, e seus dois antecessores, Dom Ramón del Hoyo López e Dom Amadeo Rodríguez Magro, concelebraram cerimônia litúrgica solene juntamente com numerosos Cardeais, prelados e sacerdotes provenientes de diversas regiões da Espanha.
História dolorosa e luminosa dos novos Beatos
Em sua homilia, o Cardeal Semeraro recordou “a história ao mesmo tempo dolorosa e luminosa”, situada “nos acontecimentos da guerra civil do século passado”, dos novos Beatos, cuja proclamação foi acompanhada pelo som dos sinos e por uma grande salva de palmas da assembleia.
Os novos Beatos são: 110 sacerdotes, uma religiosa da ordem de Santa Clara e 13 leigos. Eles podem ser divididos em dois grupos: o primeiro, liderado pelo Padre Manuel Izquierdo Izquierdo; o segundo, ligado à figura do Padre Antonio Montañés Chiquero. “Não heróis, nem combatentes por uma ideologia, mas testemunhas da verdadeira coragem, encerrada na capacidade de sofrer por amor à verdade e à justiça”, definiu o purpurado.
Capacidade de sofrer por amor à verdade
Para explicar o perdão martirial, “fruto da esperança que não se rende ao mal”, Semeraro citou a ‘Spe salvi’, segunda encíclica de Bento XVI, documento no qual o Pontífice alemão destacou algumas circunstâncias da vida que exigem uma grande esperança. Esses testemunhos e mártires que “se doaram totalmente” por amor ajudam a escolher, “mesmo nas pequenas alternativas do cotidiano, o bem em vez da comodidade, sabendo que é assim que vivemos verdadeiramente a vida”.
Segundo o Cardeal, a força interior dos novos Beatos estão na sua “capacidade de sofrer por amor à verdade”. Um sofrimento que “nasce da esperança e do amor por tudo o que é verdadeiro, justo e santo”. Em essência, trata-se da “disponibilidade de se colocar em jogo por algo maior”. Citando Leão XIV, Semeraro afirmou que “viver invoca um sentido, uma direção, uma esperança, porque sem a esperança a vida corre o risco de parecer uma parêntese entre duas noites eternas, uma breve pausa entre o antes e o depois de nossa passagem pela Terra”.
O mais alto testemunho da Fé Cristã
O Cardeal assegurou que os novos beatos espanhóis são “o mais alto testemunho da Fé Cristã”, aquele que “encarna o amor total por Cristo e pelos irmãos, transformando o sofrimento em redenção e o sangue em semente de Evangelização”. O seu exemplo não é algo que acabou nos séculos passados, pelo contrário, hoje há mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja.
O exemplo dos 124 mártires de Jaén, que tiveram coragem no testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo, destaca a virtude cristã da fortaleza, que nos torna “capazes de vencer o medo, até mesmo da morte”, conscientes da palavra de Jesus: “tenham confiança; eu venci o mundo”. (EPC)







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