A verdadeira felicidade
Neste domingo intitulado “Domingo Gaudete”, a liturgia aponta para a verdadeira forma de alegria, representada por São João Batista que, por sua fidelidade, mereceu do Salvador tão precioso elogio.

Foto: Stephen Nami
Redação (13/12/2025 20:44, Gaudium Press) Depois de três semanas de penitência e preparação, a Santa Igreja nos transmite uma mensagem de conforto e esperança: “gaudete!”, alegrai-vos!
O que é ser feliz?
Como considerar esta palavra, ostentada pela Igreja no terceiro domingo do Advento, porém tão mal compreendida em nosso século?
O Evangelho dá ocasião de considerarmos duas situações paradoxais. Nas primeiras linhas, São Mateus apresenta a figura de São João Batista, encontrado em seu cárcere (cf. Mt 11,2). Ora, todos sabemos que o responsável pela sua prisão foi o tirano e fanfarrão Herodes Antipas, verdadeiro símbolo do orgulho, pelo cargo que exercia de rei, e da sensualidade, por sua união ilegítima com a esposa de seu irmão.
Herodes, por um lado, representa ainda a falsa alegria daqueles que buscam a finalidade da sua existência nesta terra: uma vida interesseira, sem leis e sem moral, que causa no homem uma sensação efêmera de autorrealização, mas que, exatamente ao contrário, evidencia a indecisão.
Por outro lado, São João, homem penitente e sério, que em todos os aspectos humanos pareceria fadado ao extermínio, mas o qual teve a indizível alegria de poder receber do Salvador tamanho elogio: “entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior que João Batista” (Mt 11,11). Isto se deveu a que, sem temer os castigos e as ameaças, São João não deixou em nenhum momento de indicar aos seus discípulos o Verbo Encarnado. Até mesmo na prisão, como narra o Evangelho, ao lhe contarem os milagres realizados por Nosso Senhor, São João lhes manda perguntar: “És tu aquele que deve vir, ou devemos esperar por outro?” (Mt 11,3), para que ficasse patente de que se tratava do Messias esperado.
A alegria passageira e a alegria eterna
Neste sentido, Herodes evidencia a fragilidade dessa “pseudoalegria” pelo seu temor diante do Precursor. Essa é a atitude de quem vive constantemente com os olhos voltados para a terra, pois, mesmo que tente forjar para si a ideia de um mundo eterno, tanto a proximidade da morte quanto a presença de um varão providencial são um lembrete constante de que depois da morte há um juízo e, logo em seguida, um prêmio ou um castigo, pelo que sempre essa pessoa, como Herodes, vive insegura.
Mas com São João isto não acontece, porque sabe estar ele cumprindo a missão para a qual foi chamado desde o seu nascimento e que, ainda que morra nas mãos de Herodes, Nosso Senhor lhe tem reservada no Céu a alegria eterna “aonde não chega o ladrão e a traça não destrói” (Lc 21,33).
E é para esta alegria que nos chama a liturgia do 3º domingo do Advento, tendo nossas consciências limpas de todo pecado, podermos receber em nossas almas o Salvador e sermos fiéis anunciadores do Verbo feito carne, à semelhança de São João Batista.
Por Vinícius Mendes





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