Leão XIV recorda que o Cristianismo está nas raízes das nações europeias

O Pontífice recebeu em audiência, no Vaticano, a comunidade de professores, funcionários e alunos do Pontifício Instituto de Arqueologia Cristã, por ocasião do seu centenário.

Cidade do Vaticano (11/12/2025 10:10, Gaudium Press) Na manhã desta quinta-feira, 11, o Papa Leão XIV recebeu em audiência na Sala Clementina do Palácio Apostólico, no Vaticano, a comunidade de professores, funcionários e alunos do Pontifício Instituto de Arqueologia Cristã, por ocasião do seu centenário. Para marcar a ocasião, o Santo Padre também publicou hoje uma Carta Apostólica sobre a importância da arqueologia.

No início de seu discurso, o Santo Padre observou que, através do Motu proprio ‘I primitivi cemeteri’, Pio XI recordava o senso de dever dos Papas em proteger o patrimônio sagrado: em primeiro lugar, as Catacumbas, mas também “as basílicas que floresciam dentro dos muros da cidade de Roma, com seus magníficos mosaicos, inúmeras séries de inscrições, pinturas, esculturas e mobiliário funerário e litúrgico”.

Objetivo do Instituto Pontifício de Arqueologia Cristã

Na ocasião, Pio XI acrescentou à Comissão Pontifícia de Arqueologia Sacra e à Pontifícia Academia Romana de Arqueologia o novo Instituto Pontifício de Arqueologia Cristã. O objetivo do Pontífice com essa iniciativa era a de “orientar jovens interessados, de todos os países e nações, para os estudos e a pesquisa científica sobre os monumentos da antiguidade cristã”.

Essa missão do Instituto Pontifício de Arqueologia Cristã continua muito viva um século depois, graças também aos congressos internacionais de arqueologia cristã, por meio dos quais o Instituto promove estudos em uma disciplina caracterizada não apenas pelas ciências históricas, mas também pela Fé e identidade Cristãs.

Ferramenta valiosa para o ecumenismo

Leão XIV enfatizou que o ensinamento do ramo cristão da arqueologia, entendido como o estudo dos monumentos dos primeiros séculos do cristianismo, possui seu próprio “estatuto epistemológico”, definido por “coordenadas cronológicas, históricas e temáticas” específicas. No entanto, em outros contextos, ele está inserido no âmbito da arqueologia medieval.

Segundo o Papa, a arqueologia cristã aponta para um período em que a Igreja estava unida, tornando seu estudo “uma ferramenta valiosa para o ecumenismo”, pois permite que diferentes denominações reconheçam raízes comuns, nutrindo assim “a aspiração à plena comunhão”.

Principal veículo da diplomacia cultural

Este aspecto foi testemunhado pessoalmente por Leão XIV durante sua recente viagem apostólica a İznik, na antiga Niceia, onde teve contato com antigas construções cristãs e celebrou, junto com representantes de outras Igrejas e comunidades eclesiais, os 1700 anos do primeiro Concílio Ecumênico.

O Santo Padre afirmou ainda que o estudo é o principal veículo dessa diplomacia cultural tão necessária hoje em dia. Através dessa cultura, a alma humana transcende fronteiras nacionais e supera as barreiras do preconceito para servir ao bem comum. Em sua Carta Apostólica, o Pontífice afirma que o Instituto está idealmente situado entre a paz e a esperança.

A Europa precisa de Cristo e do Evangelho

“Vocês são portadores da paz e da esperança onde quer que trabalhem com suas escavações e pesquisas. Ao reconhecerem sua bandeira branca e vermelha com a imagem do Bom Pastor, portas se abrirão para vocês não apenas como portadores do conhecimento e da ciência, mas também como arautos da paz”, destacou.

Por fim, Leão XIV recordou o discurso de São João Paulo II sobre as raízes cristãs comuns das nações europeias. Na ocasião, o Papa polonês afirmou que a Europa “precisa de Cristo e do Evangelho, porque neles estão as raízes de todos os seus povos. Entre as raízes da sociedade e das nações europeias está, sem dúvida, o cristianismo, com suas fontes literárias e monumentais; e o trabalho dos arqueólogos é uma resposta ao apelo que acabei de fazer”. (EPC)