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Bruxelas: figuras do presépio sem rosto, cobertas com retalhos de tecido

As figuras que representam Maria, José, o Menino Jesus e os Reis Magos já não são as tradicionais de gesso ou madeira: desta vez, são bonecos em tamanho real feitos de tecido reciclado, completamente cobertos por retalhos multicoloridos e, o mais chocante, sem nenhum rosto.

Foto: Screenshot/ Instagram

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Redação (05/12/2025 08:55, Gaudium Press) Eles finalmente conseguiram. Após anos, renomeando feiras de Natal como “feiras de inverno”, proibindo cânticos natalinos nas escolas e escondendo cruzes para ninguém se sentir “excluído”, as elites progressistas de Bruxelas foram direto na veia jugular da fé: simplesmente apagaram o rosto de Deus.

À sombra reluzente da árvore de Natal da Grand-Place, o presépio tradicional foi substituído por 150 mil euros em bonecos de pano em tamanho real, embrulhados em tecidos reciclados. Maria: sem rosto. José: sem rosto. E o próprio Menino Jesus? Um pedaço de tecido em branco, sem feições. Um porta-voz explica: “Isso cria uma mistura inclusiva de todos os tons de pele possíveis, para que todos possam se identificar com a cena.”

A prefeitura disse que o antigo presépio de madeira estava “muito danificado” para ser restaurado. Tradução: muito cristão, muito europeu, muito reconhecivelmente nosso. O prefeito Philippe Close — socialista secular que nunca encontrou uma tradição que não pudesse neutralizar — garantiu que Bruxelas não iria tão longe quanto as cidades que aboliram completamente os presépios. Então, em vez disso, aboliram o Natal fingindo mantê-lo, encomendando cinco anos de dispendiosa decoração ideológica e chamando isso de progresso.

Ainda mais grotesco: pediram permissão à Igreja. A Catedral de São Miguel e Santa Gúdula — guardiã espiritual de Bruxelas por séculos — olhou para essas figuras sem rosto e disse: “Claro, por que não?” Uma catedral que já abrigou relíquias e coroou reis agora coroou a covardia.

A artista, Victoria-Maria Geyer, fala em “sustentabilidade” e “tecidos de convivência”. O resultado parece um cesto de roupa suja de luxo que se perdeu e entrou na história sagrada.

Nenhuma associação muçulmana exigiu isso. Nenhum conselho judaico protestou contra rostos esculpidos em madeira. Nenhum grupo de imigrantes marchou contra o Menino Jesus ter traços europeus. Essa profanação foi 100% fabricada em Bruxelas pela mesma classe que vê o cristianismo como uma herança de família constrangedora, e que se esconde quando chegam os amigos progressistas.

No último sábado, até a cabeça do menino Jesus foi roubada, e os apelos para substituir as figuras modernas por um presépio clássico estão se tornando cada vez mais frequentes.

Joana Gil inconformada escreveu no site Campeão Províncias de Portugal:

“O resultado é, à falta de melhor palavra, grotesco. Em tamanho natural, as figuras do presépio ostentam um ar não simples mas andrajoso, e a ausência de rosto dá-lhes uma aparência tétrica. Parecem saídos de um pesadelo. Ao supor que todos se identificariam com figuras sem rosto, de corpos encimados por uma bola que é uma amálgama de tons de pele, a autora, por certo bem intencionada, esqueceu-se de que a identificação que se sente com o presépio é apenas a que resulta da identificação com o lado mais belo e humano que ele representa. O nascimento da luz no meio da escuridão, a promessa da salvação para lá da adversidade, a fé num amor que desponta no meio do improvável. Os adjectivos usados por quem passa pelo presépio para o qualificar vão do “feio” ao “horrível” passando pelo mais certeiro “assustador”. Ao mutilar as figuras a pretexto de as tornar mais acessíveis, perdeu-se de vista que a mensagem vale mais que o símbolo, e que o presépio dispensa ser torturado para se encaixar na pequenez de quem só se identifica em função da frivolidade da aparência. Ironicamente, acabamos convocados a identificar-nos com figuras medonhas”.

Esses bonecos de pano mudos e caros, na Grand-Place de Bruxelas, não são uma celebração da diversidade. São um monumento à covardia, ensinando à próxima geração que a fé, para ser tolerada na Europa moderna, precisa primeiro ser desfigurada, tornada anônima e morta.

Com informações Brussels Signal

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