Papa Leão XIV exorta ao povo libanês para que desarme o coração

Diante de mais de 150 mil fiéis, o Santo Padre presidiu uma Santa Missa de despedida em Beirute após passar três dias no Líbano.

Líbano – Beirute (02/12/2025 10:16, Gaudium Press) Na manhã desta terça-feira, 2 de dezembro, último dia da viagem apostólica do Papa Leão XIV ao Líbano, o Santo Padre presidiu uma Santa Missa de despedida no Beirut Waterfront, que contou com a presença de 150 mil fiéis.

Em sua homilia, o Pontífice agradeceu ao Senhor “por tudo o que nos possibilitou viver juntos” nos últimos três dias no Líbano. Em seguida, fez um convite aos fiéis libaneses para que cultivem sempre atitudes de louvor e gratidão. Ele comentou que o povo libanês é destinatário de uma rara beleza em sua terra, mas, simultaneamente, “são espectadores e vítimas do modo como o mal, de múltiplas formas, pode ofuscar esta magnificência”.

Contemplar a beleza do Líbano

Admirando o mar, Leão XIV afirmou que podia contemplar a beleza do Líbano, porém é uma beleza “obscurecida pela pobreza e pelo sofrimento, pelas feridas que marcaram a história de vocês”, entre os quais se destacam um frágil e muitas vezes instável contexto político, uma dramática crise econômica que os oprime, além da violência e conflitos que despertam medo.

O Papa afirmou que a Palavra do Senhor é um convite para agir diferente, agradecendo a Deus como Nosso Senhor Jesus Cristo, que fez um agradecimento não “por ações extraordinárias, mas por Ele revelar a sua grandeza justamente aos pequenos e aos humildes, àqueles que não chamam a atenção, que parecem contar pouco ou nada e que não têm voz”.

Reconhecer as pequenas luzes que brilham na noite

Leão XIV exortou aos presentes para que tenham os olhos capazes de reconhecer as “pequenas luzes que brilham na noite”. Então citou as famílias; as escolas cristãs; o trabalho constante das paróquias, das congregações e dos movimentos; os sacerdotes e religiosos que se doam na sua missão; e os leigos empenhados no campo da caridade e na promoção do Evangelho. Segundo ele, estas são “luzes que se esforçam por iluminar a escuridão da noite” e abrem a esperança no futuro.

“Essa gratidão não deve permanecer uma consolação intimista e ilusória, mas levar todos à transformação do coração e à conversão da vida, cultivando as pequenas esperanças, sem desanimar, sem ceder à lógica da violência e à idolatria do dinheiro e sem nos resignarmos perante o mal que alastra”, destacou.

Que esta terra possa voltar ao seu esplendor

Por fim, o Pontífice fez um convite para que cada um faça a sua parte e todos unam esforços “para que esta terra possa voltar ao seu esplendor”. De acordo com Leão XIV, existe apenas uma maneira de fazer isso: “desarmando os corações, derrubando as armaduras dos fechamentos étnicos e políticos, abrindo as confissões religiosas ao encontro recíproco, despertando no nosso íntimo o sonho de um Líbano unido, onde triunfem a paz e a justiça, onde todos possam reconhecer-se irmãos e irmãs”

“Este é o sonho que foi confiado a vocês, é o que o Deus da paz coloca nas suas mãos: Líbano, levanta-te! Seja casa de justiça e de fraternidade! Seja profecia de paz para todo o Levante!”, concluiu o Santo Padre. (EPC)