São Pedro de Alcântara: padroeiro do Brasil
Nossa Senhora Aparecida não é a única nem a primeira padroeira do Brasil. Antes dela, São Pedro de Alcântara foi declarado padroeiro, sendo sua memória litúrgica celebrada em 19 de outubro.
São Pedro de Alcântara – Museu do Escorial (Espanha) Foto: Sergio Hollmann
Redação (18/10/2025 08:46, Gaudium Press) Filho de um jurisconsulto, Pedro nasceu em 1499, em Alcântara, na Espanha, e recebeu no batismo o nome de Juan de Sanabria. Ainda menino, a sua Santidade já se revela pela modéstia e mansidão. Embora fosse estudiosíssimo, e um dos melhores alunos da Universidade de Salamanca, sempre foi humilde e piedoso. Todos os dias ia à igreja, onde implorava a Deus graças bastantes para dominar absolutamente os seus sentidos.
As horas vagas eram por ele empregadas em visitar os doentes que tinham por ele verdadeira veneração.
Embora fosse vontade de seu pai que estudasse direito, aos 16 anos pediu admissão na Ordem franciscana. E com o hábito tomou também o espírito do grande Santo, de quem mais se aproximou até hoje na Ordem. Tão rápidos foram os seus progressos na virtude que com 20 anos foi nomeado Superior do Convento de Badajoz.
Sucessivamente ocupou os mais altos cargos na Ordem na Província.
Com o propósito de proporcionar aos religiosos uma vivência mais intensa de mortificação, oração e meditação, São Pedro de Alcântara fundou o ramo franciscano da “estrita observância”, conhecido como “Alcantarinos”. De fato, “Pedro de Alcântara, com sua reforma, queria trazer de volta a Ordem Franciscana à genuína observância da Regra. Mediante a suma pobreza, a rígida penitência e um sublime espírito de oração alcançou os mais altos graus de contemplação e pode atrair numerosos franciscanos por aquele caminho de reforma que se propunha fazer reviver em seu século o franciscanismo dos primeiros tempos”.[1]
Como pregador de missões era extraordinário e ninguém competia com ele como diretor espiritual. São Pedro de Alcântara foi confessor do Rei Dom João III de Portugal, tornando-se, posteriormente, o santo de devoção da Família Real, que nomeou os dois imperadores do Brasil – Dom Pedro I e Dom Pedro II – em sua homenagem. A própria Infanta Da. Maria a ele se entregou confiante.
Nada possuía, e de nada usava. Dormia só 2 horas por dia e nunca se agasalhava. E quando os outros frades lhe pediam que abrandasse o rigor de suas penitências, sempre respondia sorrindo: “Fiz com o meu corpo um contrato: ele se compromete a sofrer nesta vida, e eu me comprometo a lhe conseguir um repouso na outra”.
Eleito Provincial, abdicou para fundar no promontório Arrábida em Portugal um convento da Ordem por ele reformada. O Papa consentiu e foi tão feliz essa reforma, que algum tempo depois, contava com 300 conventos. Foi, pois, organizada uma nova Província franciscana.
São Pedro, doando de novo a Ordem o seu maior bem, a Pobreza, levantou um dique contra as heresias que avassalavam então a Europa.
Muitas pessoas foram por eles dirigidas espiritualmente como Santa Teresa a Grande. Ele foi conselheiro de Santa Teresa na reforma da Ordem Carmelita. Esta o viu na glória dizendo: “Bem-aventurada penitência, que me fez alcançar um grau de glória tão sublime”.
São Pedro faleceu em Arenas de San Pedro (Ávila), no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos de idade. Foi canonizado por Clemente IX, e o seu túmulo é um lugar de constante romaria, pois os milagres continuam tão numerosos como por ocasião da morte do Santo.
Em 1826, por solicitação de Dom Pedro I, o Papa Leão XII proclamou São Pedro de Alcântara padroeiro do Brasil.
Texto extraído, com adaptações, do Legionário, 15 de outubro de 1939, Por Plinio Corrêa de Oliveira.
[1] Com informações de franciscanos.org.br
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