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Audiência Geral: a humildade de Cristo Ressuscitado

Na Audiência Geral, continuando sua catequese sobre o Mistério Pascal, o Papa Leão XIV fez algumas reflexões sobre a humildade de Cristo na Ressurreição.

Foto: Vatican News/ Vatican Media

Foto: Vatican News/ Vatican Media

Redação (08/10/2025 09:43, Gaudium Press) Leão XIV continuou o ciclo de catequeses sobre “Jesus Cristo, nossa esperança” e sobre a Páscoa de Jesus.

Nesta quarta-feira, 8 de outubro, baseando-se no episódio dos discípulos de Emaús, ele centrou sua reflexão em “um aspecto surpreendente da Ressurreição de Cristo: a sua humildade”. O Senhor ressuscitado “não faz nada de espetacular para impor-se à fé de seus discípulos”. Sem “efeitos especiais”, “sinais de poder” ou “provas esmagadoras”, observou o Santo Padre. Não, Cristo se aproxima de seus companheiros “com discrição, como um simples transeunte, como um homem faminto que pede para compartilhar um pouco de pão”. Além disso, seja Maria Madalena, os discípulos de Emaús ou Pedro, todos o tomam respectivamente por “um jardineiro”, “um estrangeiro” ou “um simples transeunte”, observa o Papa.

Mensagem preciosa

 “A Ressurreição não é um golpe de teatro”, mas “uma transformação silenciosa que enche de sentido cada gesto humano”. Jesus prefere “a linguagem da proximidade, da normalidade, da mesa compartilhada”. Ao sentar-se à mesa e comer, ele mostra que “nosso corpo, nossa história, nossas relações não são embalagens para serem descartadas. Estão destinados à plenitude da vida. Ressuscitar não significa tornar-se espírito evanescente, mas entrar em uma comunhão mais profunda com Deus e com nossos irmãos, em uma humanidade transfigurada pelo amor”.

Assim, “na Páscoa de Cristo, tudo pode se tornar graça”, “até mesmo as coisas mais simples”, explica o Sumo Pontífice, para quem “a Ressurreição não subtrai a vida ao tempo e ao esforço”, mas “transforma o seu sentido e ‘sabor’. Cada gesto feito com gratidão e na comunhão antecipa o Reino de Deus”.

Mas cuidado, adverte Leão XIV, para não tropeçar em um “obstáculo”: “a pretensão de que a alegria deve ser sem feridas”. Não se deve cair no erro cometido pelos discípulos de Emaús, tristes “porque esperavam outro final, um Messias que não conhecesse a cruz. […] A dor não é a negação da promessa, mas o caminho através do qual Deus manifestou a medida do seu amor”, explica o Papa.

Se abrirmos bem os olhos, como acabaram por fazer os discípulos, percebemos que o coração “arde”, mesmo que não o soubéssemos. “Sob as cinzas do desencanto e do cansaço, há sempre uma brasa viva, que espera apenas ser reavivada”, afirmou o Papa.

Nada é definitivo para quem sabe acolher Cristo

Por isso, “não há história tão marcada pela desilusão ou pelo pecado que não possa ser visitada pela esperança”. “Nenhuma queda é definitiva, nenhuma noite é eterna, nenhuma ferida está destinada a permanecer aberta para sempre”. Em suma, “nenhuma distância pode extinguir a força infalível do amor de Deus”, resumiu Leão XIV.

“Às vezes, pensamos que o Senhor só nos vem visitar nos momentos de recolhimento ou de fervor espiritual, quando nos sentimos à altura, quando a nossa vida parece ordenada e luminosa. Pelo contrário, o Ressuscitado se aproxima justamente nos lugares mais obscuros: nos nossos fracassos, nas relações desgastadas, nas fadigas cotidianas que pesam sobre os nossos ombros”.

Na verdade, Jesus está ao lado de cada um também no sofrimento e na solidão. “Ele nos pede para deixarmos aquecer o coração”, explica. Como fez com os discípulos de Emaús, Cristo “aguarda o momento em que nossos olhos se abram para ver seu rosto amigo, capaz de transformar a desilusão em espera confiante, a tristeza em gratidão, a resignação em esperança”. Jesus quer ser “nosso companheiro de viagem” e “acender em nós a certeza de que sua vida é mais forte do que qualquer morte”.

“Então, peçamos a graça de reconhecer a sua presença humilde e discreta, de não pretender uma vida sem provações, de descobrir que cada dor, se for habitada pelo amor, pode tornar-se lugar de comunhão”.

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