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Padre Oros, fidelidade ao Papa até a morte

Martirizado pelo regime Comunista, o Pe. Pedro Paulo Oros foi beatificado no dia 27 de setembro na cidade de Bilky, na Ucrânia, pelo Cardeal Grzegorz Ryś, representante do Papa.

Петро Орос

Redação (03/10/2025 09:28, Gaudium Press) Jubilosa, a Igreja proclamou, neste último sábado, a beatificação de mais um herói da fé que testemunhou sua fidelidade ao Sucessor de Pedro, até o derramamento do sangue.

Traços biográficos

Nascido em 14 de junho de 1917, Pedro Paulo Oros nasceu no seio de uma família católica, no vilarejo de Bir, Hungria, na região da Transcarpátia (para além dos Cárpatos). Aos dois anos de idade ficou órfão de pai e, quando perdeu sua mãe, sete anos depois, foi acolhido por uma família da aldeia de Skotarske.

Em 1937, Pedro ingressou no Seminário de Uzghorod, região limítrofe entre a Ucrânia e a Hungria. No dia 18 de junho de 1942, recebeu a ordenação presbiteral, tornando-se sacerdote da Eparquia greco-católica de Mukachevo, na Ucrânia. Pouco depois de ter assumido o ofício de pároco, foi reconhecido pela dedicação ao próximo e pelo zelo pastoral com que cuidava das almas a ele confiadas. Dois anos mais tarde, após concluir um curso para capelão militar, o Pe. Oros retornou à sua paróquia, que naquele ano, assim como toda a região da Transcarpátia, passou a ser ocupada pelas tropas soviéticas.

Perseguição e martírio

e9b7bfdc19ddc721Com a anexação da Ucrânia à URSS, iniciaram as perseguições contra a Igreja Greco-Católica. Mal havia ele recebido um novo encargo pastoral na cidade de Bilky, em 1946, começou a sofrer pressões para que aderisse à Igreja Russa Ortodoxa. Em 1948, as pressões se intensificaram, mas ele sempre se manteve fiel ao Papa, mesmo sabendo o risco que corria. Já em 1949, quando a Igreja Greco-Católica foi proibida naquela região, tendo seus sacerdotes perseguidos pelo serviço secreto e executados sistematicamente, o Pe. Pedro continuou exercendo seu ministério clandestinamente, atendendo os católicos que se recusaram a aderir ao Cisma.

Durante quatro anos, o Pe. Oros conseguiu esquivar-se da vigilância do Estado. Entretanto, após uma noite de atendimentos pastorais, quando o sacerdote partiu rumo à residência de um enfermo a fim de levar-lhe o viático, alguns agentes do serviço secreto o identificaram e o conduziram a uma aldeia vizinha.

— Ajoelhe! — ordenou um dos comunistas. Percebendo ter chegado o fim, o Pe. Pedro, genuflexo, consumiu a hóstia que levava consigo. A seguir, duas foram as balas que atravessando suas costas selaram com sangue a fidelidade de um ministro de Cristo ao seu Doce representante na terra.

A sepultura do heroico pastor permaneceu em sigilo durante 39 anos. Após a legalização da Igreja Greco-Católica, um conjunto de fiéis indicaram, sob juramento, o local onde jaziam os restos mortais do Pe. Oros. Estes foram devidamente recolhidos e suas relíquias, conservadas numa capela nos arredores de Bilky, onde até hoje são veneradas por muitos grupos de fiéis.

Por Rodrigo Siqueira

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