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França: 86 senadores exigem ação do governo contra atos anticristãos

Incêndios em igrejas, atos de vandalismo, agressões a fiéis e roubos de objetos litúrgicos: os atos anticristãos crescem rapidamente, envoltos em uma indiferença que contrasta com a atenção dedicada a ataques contra outras religiões.

Imagem: site Boulevard Voltaire

Imagem: site Boulevard Voltaire

Redação (01/10/2025 15:45, Gaudium Press) Nos primeiros cinco meses de 2025, a França registrou 322 atos anticristãos, um aumento alarmante de 13% em comparação com o mesmo período de 2024.

Diante dessa escalada de violência, de incêndios em igrejas, roubos de objetos litúrgicos e agressões, 86 senadores uniram forças em um apelo contundente ao governo, exigindo proteção para os cristãos, à semelhança de outros grupos religiosos.

Eles citaram, por exemplo, que as cabeças de porco colocadas em frente a várias mesquitas em Paris desencadearam uma forte reação da classe política e ampla cobertura midiática, enquanto a profanação da imagem da Virgem Maria em Guingamp, queimada durante a Missa da Natividade em um ato de igual gravidade e forte simbolismo, passou quase despercebida, sem a mesma mobilização ou visibilidade. Essa disparidade de tratamento intensifica, entre muitos fiéis, a percepção de que certas vítimas de violência religiosa recebem prioridade em detrimento de outras.

Publicado no site do Boulevard Voltaire, o manifesto, liderado pela senadora Sylviane Noël, destaca a gravidade da situação: “Notre Dame ainda está em chamas? […] Há três anos, os roubos de objetos litúrgicos disparam: 820 casos em 2024, contra 633 em 2022”.  Os senadores alertam que profanações, incêndios criminosos e ataques físicos têm se tornado rotina, frequentemente ignorados pela grande mídia, mas amplamente noticiados em redes sociais e imprensa regional. Eles cobram ações concretas para frear essa onda de violência que ameaça a comunidade cristã no país.

Somente na região de Landes, ao menos 27 igrejas foram alvos de vandalismo ou profanação em poucas semanas. Em Nice, uma cruz foi recentemente profanada no Boulevard de la Madeleine. Mais grave ainda, em Lyon, Ashur Sarnaya, um iraquiano cadeirante de 45 anos, membro da comunidade assírio-caldeia e da paróquia de Saint-Éphrem, que fugiu da perseguição no Iraque em busca de refúgio na França, foi brutalmente assassinado em 10 de setembro, em frente à sua casa, enquanto transmitia um vídeo ao vivo nas redes sociais.

“Como esquecer o martírio do Padre Jacques Hamel, assassinado a sangue frio em 2016 em sua igreja enquanto celebrava a missa?”

Os 86 senadores reforçaram seu apelo ao governo: “Exigimos ações imediatas. Para assegurar a liberdade de culto a todos os cidadãos franceses, é urgente implementar um sistema nacional de registro e apoio às vítimas de atos anticristãos, acessível ao grande público, transparente e eficaz.”

Os políticos enfatizam que o combate a esses atos é essencial para preservar “nossa coesão nacional, nossa fidelidade à história da França, às suas raízes cristãs, além de nosso compromisso com o princípio de laicidade, que não implica a supressão das religiões, mas a garantia de que cada um possa expressar sua fé com dignidade e segurança”.

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