Estudo relaciona práticas litúrgicas tradicionais com maior fé na Presença Real Eucarística

Os resultados revelam que apenas 31% dos entrevistados expressam total certeza na Presença Real de Jesus na Eucaristia, enquanto 23,6% consideram a Eucaristia meramente um símbolo. 

Redação (24/09/2025 16:38, Gaudium Press) Um estudo conduzido pela psicóloga Natalie A. Lindemann, da Universidade William Paterson, publicado na revista Catholic Social Science Review, analisa a influência de práticas litúrgicas tradicionais na fé dos católicos americanos na Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia.

A pesquisa, realizada com uma amostra de 860 adultos católicos nos Estados Unidos, investigou suas impressões durante a Missa, como o modo de receber a Comunhão, o uso de sinos durante a consagração, a localização do sacrário, a disponibilidade da Missa em latim nas paróquias e o grau de certeza na Presença Real.

Os resultados revelam que apenas 31% dos entrevistados expressam total certeza na Presença Real, enquanto 23,6% consideram a Eucaristia meramente um símbolo. Os demais posicionam-se em um espectro intermediário, com uma média de 3,1 em uma escala de 1 a 5.

A forma de receber a Comunhão revelou diferenças significativas. Fiéis que recebem a hóstia na língua demonstram maior certeza na Presença Real, com média de 3,69, em comparação com 3,00 para aqueles que a recebem na mão. Nas respostas abertas, os favoráveis à Comunhão na língua destacaram a reverência como principal motivo, ao passo que os preferem receber a Comunhão na mão priorizaram questões de higiene, especialmente influenciados pela pandemia de COVID-19, que levou diversas paróquias a adotarem essa prática.

O uso de sinos durante a consagração também demonstrou relação com maior convicção na Presença Real, com uma média de 3,43 entre aqueles que sempre ouvem sinos, em contraste com 2,53 para aqueles que nunca os ouvem. Por outro lado, a localização do sacrário — seja atrás do altar, ao lado ou em uma capela separada — não apresentou correlação estatisticamente significativa com o nível de crença na Presença Real.

A disponibilidade da Missa em Latim (nota do editor: Missa Tridentina) também está associada a maior certeza no dogma eucarístico. Fiéis de paróquias que oferecem essa celebração registram uma média de 3,63, em comparação com 3,04 para aqueles sem acesso. Entre os que participaram pessoalmente de uma Missa em Latim, a média sobe para 3,83, contra 3,07 para os que nunca participaram. Vinte e quatro por cento dos entrevistados relataram ter assistido a pelo menos uma Missa em Latim, com impressões predominantemente positivas: 62% destacaram a beleza e a reverência, 26% expressaram neutralidade e 12% relataram percepções negativas.

A frequência à Missa está consistentemente associada a maior convicção na Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia, assim como a identificação com posições políticas conservadoras. Em contrapartida, variáveis como sexo e etnia não se mostraram determinantes. A idade, por sua vez, não apresentou efeitos significativos, exceto em uma análise específica sobre as impressões sobre a Missa em Latim.

O estudo conclui que práticas litúrgicas que envolvem maior expressividade corporal e reverência — como o recebimento da Comunhão na língua e o uso de sinos durante a consagração — estão correlacionadas a níveis mais elevados de crença na Presença Real. Contudo, a autora ressalta que, por se tratar de um estudo observacional, não é possível estabelecer causa-efeito: tais práticas podem fortalecer a fé dos fiéis, ou, alternativamente, aqueles com maior convicção podem buscar paróquias que mantêm essas tradições. Ainda assim, os dados revelam uma associação consistente entre a liturgia tradicional e a certeza de Jesus na Eucaristia.

Com informação Infocatólica