Bispos e milhares de pessoas participam da Marcha pela Vida na Alemanha
A Marcha Internacional pela Vida foi realizada simultaneamente na Alemanha e na Suíça, com eventos programados para o dia 4 de outubro na Lituânia.
Foto: Archivo – referencia
Redação (23/09/2025 16:51, Gaudium Press) Em 20 de setembro passado, milhares de defensores da causa pró-vida reuniram-se de forma pacífica nas cidades de Berlim e Colônia para a Marcha pela Vida anual, na Alemanha. Segundo a CNA Deutsch, agência de notícias em língua alemã parceira da CNA, as autoridades policiais impediram tentativas de contraprotestos por parte de ativistas de esquerda. As manifestações, que marcaram o terceiro ano de marchas simultâneas em ambas as cidades, transcorreram de maneira pacífica. Os participantes portavam balões coloridos e faixas que expressavam a defesa da dignidade humana, desde a concepção até a morte natural.
Fortalecimento do movimento pelo apoio episcopal
Em Berlim, o bispo de Regensburg, Dom Rudolf Voderholzer, uniu-se aos milhares de manifestantes, caminhando ao lado do bispo auxiliar Dom Matthias Heinrich pelas ruas da capital alemã. A marcha teve início na Praça Washington, próxima ao Portão de Brandemburgo, onde os participantes carregavam balões vermelhos e verdes, símbolos vibrantes da proteção à vida. Em Colônia, o bispo auxiliar Dom Dominik Schwaderlapp presidiu uma celebração eucarística com os fiéis antes do início da marcha, que partiu da praça Neumarkt, no centro da cidade.
O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, enviou uma mensagem escrita na qual destacou que a vida “é um dom de Deus, não adquirido pelos seres humanos, mas confiado a eles”.
Ativismo Pró-Vida com Projeção Internacional
Durante a Marcha pela Vida em Berlim, Alexandra Linder, presidente da Associação Federal pelo Direito à Vida, dirigiu-se à multidão, expressando gratidão pela expressiva participação e pelo ambiente favorável, e destacando a relevância internacional do movimento pró-vida. Em seu discurso, ela mencionou a histórica marcha realizada em Vilnius, na Lituânia, e um evento simultâneo em Zurique, além de anunciar a próxima marcha programada para 4 de outubro, em Viena.
Johanna Durairaj, representante da organização Vida para Todos, apresentou um depoimento impactante sobre a realidade na Índia, onde milhões de abortos são realizados anualmente. As manifestações enfatizaram a importância da proteção da liberdade de consciência. Nesse contexto, o farmacêutico Andreas Kersten defendeu o direito de recusar o fornecimento da “pílula do dia seguinte” por razões morais, destacando-o como um exemplo essencial do exercício da consciência individual.
Felix Böllmann, da ADF International, em entrevista à EWTN Alemanha, que realizou a cobertura completa do evento, afirmou que, além da liberdade de reunião garantir a realização dessas manifestações, “a liberdade de consciência também é um direito constitucionalmente protegido”.
O professor Holm Schneider, pediatra da Universidade de Erlangen, compartilhou um relato comovente sobre uma gravidez de quadrigêmeos, na qual todas as quatro crianças nasceram, a despeito de recomendações médicas para a prática de “aborto seletivo”. Ele descreveu o caso como “um testemunho inspirador da vida, que evidencia que todas as crianças podem ser acolhidas”.
A Associação Federal Alemã pelo Direito à Vida exigiu políticas abrangentes, incluindo a elaboração de estatísticas detalhadas sobre a prática do aborto, acompanhadas de estudos aprofundados sobre suas causas. A organização também solicitou a implementação de avaliações rigorosas de qualidade em centros de aconselhamento sobre gravidez e o reconhecimento formal de que “a existência humana começa na concepção”. Adicionalmente, defendeu a proteção incondicional da liberdade de consciência para profissionais da saúde, mesmo durante sua formação acadêmica e profissional.
Em relação à legislação sobre morte assistida, a associação classificou o suicídio assistido como “uma declaração de falência para a sociedade”, reiterando a necessidade de ampliação significativa dos serviços de cuidados paliativos como alternativa humanizada e ética.
Marchas pela Vida em Zurique e Vilnius
De forma concomitante, a Marcha pela Vida realizada em Zurique, na Suíça, reuniu aproximadamente 2.000 participantes. O evento concentrou-se em discutir os desafios da medicina pré-natal, contando com testemunhos de sobreviventes de abortos tardios e debates sobre a cobertura de planos de saúde para abortos.
No dia 4 de outubro, a cidade de Vilnius será palco da maior Marcha pela Vida realizada na Lituânia em mais de três décadas. Organizado por uma coalizão composta por grupos da sociedade civil e organizações católicas leigas, o evento espera atrair participantes de toda a região do Báltico. A iniciativa ocorre em um momento estratégico, pouco antes de o Parlamento lituano debater uma relevante legislação sobre saúde reprodutiva.
Simonas Streikus, principal organizador da Marcha pela Vida de Vilnius, destacou a relevância do evento ao enfatizar a perenidade dos valores que sustentam a proteção da vida humana. Em suas palavras: “Há valores imutáveis, e o mais importante deles é a vida humana, fundamento de nossa própria humanidade. Para permanecermos autenticamente humanos, é nosso dever honrar a vida com respeito, amor, responsabilidade e proteção. Marchamos para que a sociedade veja e se lembre dessa verdade essencial.”
Essas manifestações pacíficas refletem o empenho contínuo dos movimentos pró-vida europeus, que enfrentam contextos culturais e políticos complexos, mantendo-se firmes em seu compromisso com a dignidade humana.
Com informações CNA e Omnes.
Deixe seu comentário