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Festa da Exaltação da Santa Cruz

A Cruz se tornou a vários títulos um dos símbolos máximos da Fé Católica e passou a encimar as torres das igrejas e as mais esplendorosas coroas dos reis da Cristandade.

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Redação (13/09/2025 12:11, Gaudium Press) O marco histórico da festa celebrada neste domingo remonta à descoberta da verdadeira Cruz de Cristo em Jerusalém por Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, no ano 320 aproximadamente, e à consagração, na mesma cidade, da Basílica do Santo Sepulcro em 13 de setembro do ano 335. No dia seguinte o Patriarca de Jerusalém apresentou as relíquias, pela primeira vez, à adoração solene dos fiéis.

Parece peculiar que a festa seja dedicada à relíquia e não Àquele que a faz adorável, Nosso Senhor Jesus Cristo. O fato é que, por cima das circunstâncias históricas de seu descobrimento, a Cruz se tornou a vários títulos um dos símbolos máximos da Fé Católica e passou a encimar as torres das igrejas e as mais esplendorosas coroas dos reis da Cristandade.

Qual é a razão mais profunda desta afirmação?

No Antigo Testamento o Senhor Se revelou enquanto criador do universo, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus da sarça ardente e das pragas do Egito, o Deus que exterminou pelas mãos de Elias os profetas de Baal. No Novo Testamento encontramos o mesmo Deus, mas feito Homem para nos salvar: Nosso Senhor Jesus Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnada.

A principal diferença entre ambos os Testamentos se encontra precisamente no sofrimento por amor aos homens. Sofrimento de um Deus humanado que, não conseguindo tocar o coração dos pecadores com manifestações portentosas, realiza o impensável: faz-Se contingente e Se põe nas mãos de algozes que, em retribuição pelos milagres sem conta por Ele operados, O desprezam, O chamam de endemoniado, O entregam às autoridades como um malfeitor, O coroam de espinhos, O crucificam, O atravessam com uma lança… E como testemunha de todos esses ultrajes restou a Cruz, banhada no Sangue Preciosíssimo, marcada pelos buracos dos pregos e pela inscrição nela posta como sinal de ignomínia: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus” (Jo 19, 19).

Os padecimentos bem aceitos são, como nos ensina Mons. João, um sacramental que nos santifica e nos salva: é o peso leve e suave da Cruz de Nosso Senhor. Mas existe também outra forma de sofrimento: o jugo de Satanás.

Se queremos a infelicidade, carreguemos nossas cruzes com revolta; se preferimos ser felizes, façamo-lo com amor e resignação. Dr. Plinio Corrêa de Oliveira resume com pulcritude essa dupla opção: “Quer definir um homem? Pergunte se no centro de sua vida há uma cruz! Pergunte que cruz ele leva e como a leva; o homem estará definido. […] ‘Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice. Contudo, não seja feito como Eu quero, mas sim como Tu queres’ (Mt 26, 39), pediu Nosso Senhor no começo da Paixão. No fim Ele bradou: ‘Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?’ (Mt 27, 46). Até lá chegou o sacrifício! Mas depois vieram as glórias da ressurreição! Então, a concepção católica da vida está clara. Belo mesmo é imitar Nosso Senhor Jesus Cristo e carregar a nossa cruz até o fim!”

 Artigo extraído da Revista Arautos do Evangelho n. 285. Por Pe. Antonio Jakoš Ilija, EP

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