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Primeiro-ministro iraquiano reabre duas igrejas católicas históricas em Mosul, após ataques do ISIS

A reabertura dos locais religiosos em Mosul contribui para a restauração da memória e da diversidade da cidade, após um período de adversidades.

Foto: Iraqi Prime Minister Media Office/ Facebook

Foto: Iraqi Prime Minister Media Office/ Facebook

Redação (03/09/2025 10:11, Gaudium Press) Em Mossul, Iraque, uma celebração oficial marcou a reabertura das igrejas de Nossa Senhora da Imaculada Conceição (Al-Tahera, para católicos sírios) e Nossa Senhora da Hora (no Mosteiro Dominicano) nesta segunda-feira, 1 de setembro. A cerimônia ocorreu após a completa restauração dos templos.

O evento contou com a presença do primeiro-ministro Mohammed Shia’ al-Sudani, vários funcionários do governo e representantes das organizações que apoiaram a reconstrução.

Em seu discurso na Igreja da Imaculada Conceição, o primeiro-ministro declarou: “Esta igreja se ergue entre os escombros para representar a casa onde o Senhor reúne os corações das pessoas sem divisão ou hostilidade, em uma coexistência tão antiga quanto o próprio Iraque”; e destacou que a reabertura é um retorno ao “espírito de Mossul e à irmandade que une seu povo”. Ele descreveu as duas igrejas como alguns dos marcos mais significativos da presença cristã iraquiana na província de Nínive, profundamente ligadas às diversas comunidades da província.

Al-Sudani enfatizou que sua visita trazia uma mensagem do compromisso do Estado com a comunidade cristã do Iraque. Ele lembrou como a campanha terrorista de 2014 teve como alvo sistemático igrejas e mesquitas, refletindo o que ele chamou de objetivos destrutivos de “extremistas fora da lei”.

“Os terroristas acreditavam que destruir locais de culto apagaria a tradição de coexistência do Iraque”, disse al-Sudani, mas o oposto se provou verdadeiro. “O terrorismo não conseguiu, e nunca conseguirá, arrancar as raízes da diversidade no Iraque”, declarou. “Ele fracassou em sua ideologia perversa.”

Dom Benedictus Younan Hanno, bispo de Mossul e regiões adjacentes para os católicos sírios, solicitou ao primeiro-ministro que aplicasse o mesmo cuidado dedicado ao patrimônio iraquiano na reconstrução da comunidade cristã.

“Os habitantes de Nínive – sublinhou – precisam de seu cuidado e atenção, e de alguém que ouça seus clamores, especialmente seus filhos e filhas da comunidade cristã”.

Dom Hanno observou que cerca de 80% dos cristãos do Iraque hoje “sofrem violações e negação de seus direitos”, e muitos são forçados ao exílio.

“Os cristãos iraquianos foram obrigados a emigrar, deixando sua pátria entre lágrimas e dor, e continuam esperando para voltar, ansiando por ver o Iraque novamente como um país bonito, capaz de acolher seus filhos cristãos junto com seus irmãos de outras comunidades”, destacou.

Após os discursos, Dom Hanno, o primeiro-ministro Mohammed Shia’al-Sudani e outras autoridades tocaram o sino da igreja e plantaram uma oliveira no pátio como símbolo de paz. O primeiro-ministro dirigiu-se então ao Mosteiro dos Dominicanos para reabrir a Igreja de Nossa Senhora da Hora.

Destruição e restauração

As igrejas de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e Nossa Senhora da Hora, juntamente com a Grande Mesquita al-Nuri, todas localizadas na Cidade Velha de Mossul, sofreram uma extensa destruição durante a ocupação da cidade pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) entre 2014 e 2017.

Após a libertação, a UNESCO iniciou a restauração desses monumentos como parte de sua iniciativa “Reviver o Espírito de Mossul”, reconstruindo-os de acordo com seus projetos originais.

Essa iniciativa foi financiada pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) e pela União Europeia (UE).

Com informações Aciprensa

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