Ângelus: nossa fé só é autêntica quando envolve toda a nossa vida
Em sua catequese que antecedeu a recitação do Angelus no domingo, 24 de agosto, o Papa Leão XIV meditou sobre a imagem da “porta estreita” usada por Jesus no Evangelho do dia, segundo São Lucas. O Pontífice nos lembrou que não basta professar a fé com palavras, pois “o Senhor não quer um culto separado da vida. A nossa fé é autêntica quando envolve toda a nossa vida, quando se torna um critério para as nossas escolhas, quando nos torna mulheres e homens que se comprometem com o bem”.
Redação (24/08/2025 11:17, Gaudium Press) “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir”. Diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa lembrou que essa imagem não tem como objetivo nos desanimar: “se Deus é o Pai do amor e da misericórdia, que permanece sempre de braços abertos para nos acolher, por que razão Jesus diz que a porta da salvação é estreita?”
O Papa explica que essas palavras servem para “abalar a presunção daqueles que pensam já estar salvos, daqueles que praticam a religião e que, por isso, se sentem tranquilos. Na realidade, eles não compreenderam que não basta realizar atos religiosos se estes não transformam o coração”. E acrescentou que “o Senhor não quer um culto separado da vida, e não lhe são agradáveis sacrifícios e orações que não nos levam a viver o amor aos irmãos e a praticar a justiça”.
A porta estreita da Cruz
O Papa qualifica, portanto, como “bela provocação” esta imagem do Evangelho, pois ela questiona a segurança dos crentes, enquanto estes podem, por vezes, julgar aqueles que estão afastados da fé. “Não basta professar a fé com palavras, comer e beber com Ele celebrando a Eucaristia ou conhecer bem os ensinamentos cristãos. Nossa fé é autêntica quando envolve toda a nossa vida, quando se torna um critério para nossas escolhas”, precisou o pontífice, ressaltando que Jesus não escolheu “o caminho fácil do sucesso ou do poder, mas, para nos salvar, Ele nos amou a ponto de atravessar a ‘porta estreita’ da Cruz”.
Escolhas difíceis e impopulares
“Ele é a medida da nossa fé, Ele é a porta que devemos atravessar para sermos salvos (cf. Jo 10, 9), vivendo o seu amor e tornando-nos, com a nossa vida, agentes da justiça e da paz”, assegurou o Sucessor de Pedro, explicando que isso significava, por vezes, fazer “escolhas difíceis e impopulares”, “lutar contra o egoísmo e dedicar-se aos outros, perseverar no bem onde a lógica do mal parece prevalecer, e assim por diante”. Mas, uma vez ultrapassado esse limiar, garantiu Leão XIV, “descobriremos que a vida se abre diante de nós de uma maneira nova e, desde já, entraremos no imenso coração de Deus e na alegria da festa eterna que Ele preparou para nós”.
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