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Ponte do Castel de Sant’Angelo passarela para desfile de moda?

Dolce & Gabbana transformou a Ponte Sant’Angelo em uma passarela, com desfile de moda inspirada em vestes litúrgicas tradicionais da Igreja Católica. Muitos se perguntam se é apropriado usar símbolos católicos para fins profanos. 

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Redação (25/07/2025 09:44, Gaudium Press) Em uma suposta procissão, quarenta figurantes vestidos como cardeais precedidos por “acólitos” que portavam turíbulo com incenso, velas, umbrela e flabelo abriram o mais recente desfile de moda da Dolce & Gabbana em uma ponte histórica no coração de Roma. Os “cardeais” caminharam ao lado de modelos profissionais, transformando a Ponte Sant’Angelo em uma passarela.

Os designers Domenico Dolce e Stefano Gabbana, que dizem ter crescido em lares católicos, frequentemente recorrem à influência religiosa em seus designs, e este desfile não foi exceção. Sua coleção mais recente inspirou-se nas tradições católicas, em uma imitação grotesca, sob uma perspectiva de alta costura. Algumas peças lembravam o visual clássico do vestuário clerical — túnicas simples feitas de linho branco impecável — enquanto outras eram muito mais elaboradas, incluindo ternos adornados com cruzes cravejadas de joias e capas longas com detalhes em cristal.

Foram três dias de apresentações na Cidade Eterna, de “uma homenagem à alfaiataria clerical”. As imagens da passarela do último dia 15 de julho mostram designs com ligações claras às vestimentas litúrgicas católicas tradicionais, incluindo camisas brancas de renda semelhantes à casula de um padre ou à sobrepeliz usada pelos acólitos. Embora muitos dos 106 designs fossem todos brancos ou todos pretos, alguns apresentavam verde, vermelho e roxo — cores usadas pela Igreja para denotar diferentes épocas litúrgicas.

No entanto, muitos se perguntam se é apropriado usar símbolos católicos para fins profanos. O Catecismo da Igreja Católica classifica como sacrilégio o uso indevido de objetos sagrados fora de seu fim religioso.

O estudante de Teologia Nicola Camporiondo não gostou do desfile de moda, fazendo comentários no story no Instagram para seus 12.800 seguidores. O jovem de 19 anos, natural de Vicenza, no norte da Itália, disse à CNA achar o uso do estilo eclesiástico pela Dolce & Gabbana uma “usurpação” de uma herança espiritual e litúrgica para fins de entretenimento, e “uma simples comercialização do sagrado”.

Outros internautas escreveram no X: “inadequado e blasfemo. A Cristandade não é um catálogo de fashion e shopping. É uma degradação e um ataque à Cristandade”.

“Atacar o sagrado, é tudo o que eles sabem fazer!!!”.

“As vestes litúrgicas não são fantasias de carnaval. Que vergonha para vocês aplaudirem tal caricatura”.

“Espantoso. Para reavivar as vocações? Isso não tem nada a ver com o sacerdócio. O que pensa o Papa sobre isso?”

 

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