Novos sacerdotes salesianos são ordenados na Nigéria
A cerimônia de ordenação sacerdotal foi presidida por Dom Ignatius Ayau Kaigama, Arcebispo de Abuja.
Abuja – Nigéria (23/07/2025 10:11, Gaudium Press) Nove salesianos foram ordenados sacerdotes no último sábado, 19, em uma cerimônia presidida por Dom Ignatius Ayau Kaigama, Arcebispo de Abuja (Nigéria). A ordenação foi realizada na Paróquia dos Arcanjos em Gaduwa, na Arquidiocese de Abuja.
Em sua homilia, Dom Kaigama destacou que os novos sacerdotes não foram ordenados por serem “perfeitos ou academicamente brilhantes. Eles são ordenados porque Deus os chamou”. Porém, “este chamado traz consigo uma grande responsabilidade, que deve ser exercida com humildade e fidelidade, não com comercialismo ou orgulho”.
A principal missão do sacerdócio é salvar almas
Refletindo sobre o evangelho da prosperidade, ideologia que está ganhando espaço entre clérigos e movimentos cristãos na Nigéria, o prelado fez a seguinte advertência: “O evangelho da prosperidade não tem lugar no sacerdócio católico. Sua principal tarefa não é ganhar dinheiro ou atrair fiéis prometendo milagres. Sua missão é a salvação das almas.”
Apesar da Igreja necessitar de recursos financeiros, a motivação de trabalho dos sacerdotes nunca deve ser esta. “Este edifício em que estamos não foi construído apenas pela oração. Mas se os padres realizarem seu trabalho com sinceridade e humildade, os fiéis os apoiarão. Eles não precisam de artifícios. Não se tornem empresários espirituais”, aconselhou.
Abordando o clericalismo, descrito por ele como um “senso doentio de superioridade ou autoritarismo entre o clero”, Dom Kaigama afirmou ser “uma doença na Igreja. Surge quando os padres se veem acima do povo, como senhores em vez de servos”. É necessário que os sacerdotes não governem suas paróquias como ditadores, mas consultando os fiéis.
Os sacerdotes devem conduzir o povo de Deus a Cristo
O Arcebispo de Abuja também denunciou a tendência de alguns sacerdotes de transformar seu papel pastoral em uma plataforma pessoal para atrair atenção ou exercer controle. “A pregação, as ações, a mera presença dos padres devem levar as pessoas a Jesus, não às suas páginas nas redes sociais, nem às suas contas bancárias, nem aos seus fãs pessoais”, recordou.
“Os padres não devem se exaltar ou atrair as pessoas com seu carisma ou marca pessoal. Eles devem conduzir o povo de Deus a Cristo”, é necessário resistir à tentação de criar “cultos à personalidade” ou impérios privados onde o sacerdote se torna o centro das atenções em vez do próprio Cristo”, disse ele.
O sacerdócio não é uma profissão nem um status social
Também lembrou aos novos sacerdotes que eles devem estar prontos para servir onde a necessidade é maior, mesmo no sofrimento. “Alguns padres só querem missões lucrativas. Este não é o caminho. Eles não são executivos; são sacerdotes, servos nas mãos de um Deus poderoso. O sacerdócio não é uma profissão nem um status social, mas uma missão divina que exige humildade, sacrifício e total dependência da graça”.
“Quero que nossos novos sacerdotes sempre se lembrem de que não estão iniciando uma carreira, mas abraçando uma missão. Sua ordenação não é uma promoção; é uma missão”, afirmou, acrescentando que agora “eles são construtores de pontes, ‘pontifex’ em latim. Eles se tornaram a escada de Jacó, posicionando-se entre o céu e a terra, intercedendo pelo povo”.
Apoio entre os sacerdotes e centralidade da Eucaristia
Os ordenandos também foram incentivados a se apoiarem mutuamente, rezando pelos seus irmãos no sacerdócio e evitando julgamentos. “Não julguem seus irmãos sacerdotes com severidade quando estiverem passando por provações. Eles também estão lutando contra a solidão, a tentação, contra a própria carne que prometeram dominar. Sejam gentis uns com os outros. Encorajem-se uns aos outros. Rezem uns pelos outros”, exortou.
Por fim, Dom Kaigama ressaltou a centralidade da Eucaristia na vida e no ministério católicos, exortando os sacerdotes a nunca perderem o respeito pelo mistério que doravante são chamados a celebrar. “A Eucaristia é o coração da nossa fé. É o sacrifício de Cristo, a presença real de seu Corpo e Sangue. Celebrem a Eucaristia como se fosse sua primeira Missa, sua última Missa, sua única Missa”, concluiu. (EPC)
Deixe seu comentário