Ângelus: Deus ainda hoje bate à nossa porta
Por ocasião da oração do Ângelus, recitada pela segunda vez em Castel Gandolfo, o Papa lembra que o verão é um tempo para “desacelerar” e aproveitar a oportunidade para encontrar Jesus, aprendendo assim a arte da hospitalidade.
Foto: Vatican news
Redação (20/07/2025 15:14, Gaudium Press) Sob um sol forte, o Papa Leão recita pela segunda vez a oração do Angelus na Praça da Liberdade, em Castel Gandolfo, onde passa alguns dias de descanso antes de regressar ao Vaticano.
Em sua catequese, o Sumo Pontífice lembra a acolhida de Abraão e Sara e das irmãs Marta e Maria. “Sempre que aceitamos o convite para a Ceia do Senhor e participamos da mesa eucarística”, diz o Papa, “é o próprio Deus que vem nos servir”. No entanto, sublinha o Papa, “nosso Deus soube primeiro tornar-se hóspede e, ainda hoje, está à nossa porta e bate”. Leão XIV observa como é significativo que, na língua italiana, a palavra ospite designa tanto aquele que acolhe como aquele que é acolhido.
Sair de si mesmo
Para acolher e ser acolhido, é preciso humildade, mas também, continua o Papa, delicadeza, atenção e abertura. No Evangelho, Marta corre o risco de não entrar plenamente na alegria desse intercâmbio: preocupada com os preparativos para acolher Jesus, ela corre o risco de estragar um momento de encontro inesquecível. “Marta é uma pessoa generosa, mas Deus a chama para algo mais belo do que essa generosidade. Ele a chama para sair de si mesma”, explica o Papa.
Abrir-se para algo “que nos tira de nós mesmos e que, ao mesmo tempo, nos preenche” é a única maneira de fazer “florescer nossa vida”, afirma Leão XIV.
O Papa também analisa a atitude diferente de Maria, que parece ter perdido a noção do tempo, conquistada pela palavra de Jesus. “Ela não é menos concreta que sua irmã, nem menos generosa. Mas ela aproveitou a oportunidade”. É por isso, explica ele, que Jesus repreende Marta, porque ela ficou de fora de uma intimidade que também lhe daria muita alegria.
Leão XIV insiste no fato de que o período de verão pode ajudar a “desacelerar” e a nos tornarmos mais como Maria do que como Marta. “Às vezes, não nos concedemos a melhor parte”, lamenta. Ora, “precisamos descansar um pouco, com o desejo de aprender mais a arte da hospitalidade”.
O verdadeiro encontro é gratuito
O Papa adverte contra a indústria das férias que “quer nos vender todos os tipos de experiências”, mas será que é isso que todos procuram? Para Leão XIV, “todo encontro verdadeiro é gratuito e não se compra: seja o encontro com Deus, com os outros ou com a natureza. Basta tornar-se hóspede: dar espaço e até mesmo pedi-lo; acolher e deixar-se acolher”. Temos tanto a receber e não apenas a dar, conclui ele. Como Abraão e Sara, que apesar da idade avançada descobriram que eram fecundos quando acolheram serenamente o Senhor, “para nós também há ainda muita vida a acolher”.
O Papa convida os fiéis a rezar à Santíssima Virgem Maria, Mãe do acolhimento, que hospedou o Senhor no seu seio e, juntamente com José, lhe deu uma casa: para que nela brilhe a nossa vocação, a vocação da Igreja de permanecer uma casa aberta a todos, para continuar a acolher o seu Senhor, que pede permissão para entrar.
Com informações Vatican news
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