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O que vão pensar de mim? Ir Clare Crockett ensina a lutar contra esses “sussurros do demônio”

E se a necessidade de agradar for uma armadilha disfarçada de virtude? Esta carta da Irmã Clare irá ajudá-lo a reconhecer essas vozes que não vêm de Deus.

Foto: hermanaclare.com

Foto: hermanaclare.com

Redação (11/07/2025 10:37, Gaudium Press) Vivemos em um mundo onde agradar parece uma necessidade vital. Desde muito jovens aprendemos que ser aceito é uma espécie de garantia para não nos sentirmos sozinhos, para sermos “valorizados”, para “não falharmos” aos olhos dos outros. Mas essa necessidade, se não for guiada pela verdade e pela liberdade, torna-se uma verdadeira armadilha de lobos, uma prisão invisível que consome pouco a pouco o nosso interior.

A Irmã Clare Crockett, religiosa falecida em 2016, durante o terremoto no Equador, cada vez mais conhecida e apreciada, deixou um legado de autenticidade, entrega radical e amor a Deus. Sua vida foi também um chamado a deixar para trás os medos e as falsas seguranças. E um desses medos mais sutis, mas destrutivos, é o desejo de agradar a todos.

A jovem que um dia recebeu uma carta da Ir. Clare

Suzy Donovan, uma jovem de Jacksonville, Flórida, Estados Unidos, recebeu uma carta da Ir. Clare Crockett, na qual a religiosa fala sobre um tema que afeta muitas pessoas: o desejo de agradar a todos. A mensagem pode nos ajudar a lutar contra esses “sussurros do demônio”.

“Para ser livre e seguir a Deus de verdade, é preciso cortar com todas as suas ‘seguranças’”, escreve a irmã Clare no início da carta. Com essas palavras, ela inicia uma reflexão dirigida a Suzy, a quem conheceu durante uma missão nos Estados Unidos.

No texto, a Ir. Clare alerta sobre as falsas seguranças que nos afastam do caminho de Deus. O medo de perdê-las nos leva a criar questionamentos vazios, que ela chama de “sussurros do demônio”. “Essas perguntas nos torturam. São como um redemoinho dentro de nós”, escreve ela.

A religiosa afirma que viver tentando “agradar todo mundo” paralisa a alma e nos impede de agir com liberdade: “Quando alguém (você) tenta ‘parecer bem’, suas intenções para isso estão equivocadas. Seus medos constantes sobre o que os outros vão pensar de você a paralisam — quer você perceba isso ou não”.

A solução proposta pela irmã Clare não é simples, mas é libertadora: não dar importância a aparência exterior. Começar a olhar mais para o interior. Abandonar a vaidade que nos aprisiona e abrir o coração para o que realmente embeleza: o amor, a entrega, a obediência.

Graças à generosidade de Suzy, que decidiu compartilhar esta carta, hoje esta mensagem pode chegar a muitos. Porque todos nós, em algum momento, já nos sentimos escravos do “o que vão dizer”. Todos nós já sentimos que não somos suficientes, que temos que agradar, que não podemos falhar ou que devemos mudar nossa essência para nos encaixar em algum lugar. E esse fardo, longe de nos aproximar de Deus, nos afasta de seu plano de amor.

A carta da Ir. Clare não é apenas para Suzy. É para você, para mim, para todos que já sentiram medo de ser quem realmente são. É um convite para deixar de viver pelos outros e para os outros e começar a viver para Deus; para romper com os sussurros do demônio e nos abrir à voz serena do Espírito Santo, que nos diz: “Não tenha medo, eu estou com você”.

Carta da Ir. Clare para Suzy:

Querida Suzy,

Para ser livre e seguir verdadeiramente a Deus, é preciso cortar com todas as suas “seguranças” — muitas vezes vãs e falsas.

A imagem pode ser (e muitas vezes é) uma falsa segurança. É algo atrás do qual podemos nos “esconder”. É algo em que confiamos demais: “O que vão pensar de mim se me virem assim?” “Estou parecendo gorda?” “Meu cabelo está feio?” “Será que as pessoas ainda vão querer ficar comigo se eu tiver uma crise de acne?”

Essas perguntas nos torturam. São como um redemoinho dentro de nós. São os sussurros do demônio que — com essas perguntas vãs, superficiais e tristes — nos distraem de onde realmente queremos ir, de quem realmente queremos ser, de quem realmente somos.

Quando alguém (ou você) tenta “parecer bem”, suas intenções para isso estão equivocadas. Seus medos constantes sobre o que os outros vão pensar de você a paralisam, quer você perceba isso ou não.

Uma forma de romper com essa “imagem falsa”, com essa autoconfiança banal, é não dar tanta importância a sua aparência exterior. É por isso que estou lhe perguntando o que estou perguntando! O que importa o que os outros pensam de você?

“O amor (e permita-me acrescentar: a entrega e a obediência) é a beleza da alma.”

Irmã Clare

Com informações ChurchPop

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