Papa exorta fiéis a saírem a paralisia e, com Jesus, assumirem a história da própria vida

Leão XIV afirmou que “o que nos paralisa, muitas vezes, é precisamente a desilusão”, alimentando uma visão fatalista, de que “não temos sorte” e o mundo parece conspirar contra nós.

Cidade do Vaticano (18/06/2025 15:33, Gaudium Press) Durante Audiência Geral desta quarta-feira, 18, diante de numerosos fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV voltou a falar sobre as curas realizadas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Desta vez, o Santo Padre recordou do episódio do paralítico na piscina do Templo, em Jerusalém (João 5,1-9).

Tratando sobre a figura da paralisia, o Pontífice explicou que ela é utilizada nos Evangelhos para indicar, entre outras coisas, aquelas situações para as quais não vislumbramos uma saída, sentindo-nos, muitas vezes, resignados e sem esperança. São situações “em que nos sentimos ‘bloqueados’ e fechados num beco sem saída”, inclusive sem vontade de lutar.

O Senhor cura e dá esperança aos doentes e aos pobres

Jesus esteve junto aos doentes em Jerusalém, durante uma festa dos hebreus. Eles eram excluídos do Templo por serem considerados impuros, porém esperavam por um milagre junto a uma piscina, que, segundo a crença da época, em certos momentos a água agitava-se e quem mergulhasse primeiro era curado.

Após imaginar a triste cena dos doentes se arrastando para entrar na piscina, Leão XIV destacou que esta piscina, chamada ‘Betesda’, que significa ‘casa da misericórdia’, “poderia ser uma imagem da Igreja, onde os doentes e os pobres se reúnem e onde o Senhor vem curar e dar esperança”.

É mais fácil colocar a culpa dos nossos problemas nos outros

Destacando a figura do homem paralítico de 38 anos que lamentava nunca ter alguém para lhe ajudar a mergulhar na água, Leão XIV alertou que é mais fácil colocar a culpa dos nossos problemas nos outros do que assumir as próprias responsabilidades. Além disso, o paralítico dizia que, quando tentava mergulhar na piscina, havia sempre alguém que chegava antes dele.

O Pontífice então afirmou que “o que nos paralisa, muitas vezes, é precisamente a desilusão”, alimentando uma visão fatalista, de que “não temos sorte” e o mundo parece conspirar contra nós. “Por vezes preferimos permanecer na condição de doentes, obrigando os outros a cuidar de nós. Por vezes, é também um pretexto para não decidir o que fazer com as nossas vidas”.

Rezemos por todos aqueles que se sentem paralisados

Ao ir ao encontro daquele homem e de todos os que passam por dificuldades, Nosso Senhor Jesus Cristo ensina a não nos deixarmos ser vencidos pelo imobilismo e pelo desespero, a tomar nas mãos as rédeas da própria vida e a seguir adiante, com a certeza de que Cristo é o único necessário.

O paralítico deve decidir sobre a sua história, se levantar e se recuperar da situação crônica de vida que até aquele momento o havia bloqueado, obrigando-o “a jazer como um morto. Trata-se de caminhar, de assumir a responsabilidade de escolher o caminho a seguir. E isto graças a Jesus!”.

Por fim, o Papa exortou aos fiéis para que peçam ao Senhor o dom de compreender onde a nossa vida parou. Procuremos dar voz ao nosso desejo de cura. E rezemos por todos aqueles que se sentem paralisados, que não veem saída. Peçamos para voltar a viver no Coração de Cristo, que é a verdadeira morada da misericórdia!”. (EPC)