Papa Leão XIV se reúne com os sacerdotes da Diocese de Roma
Durante o encontro, o Pontífice exortou aos clérigos para que, diante dos desafios da cidade e do mundo, renovem sua unidade, exemplo de vida e compromisso profético.
Cidade do Vaticano (12/06/2025 14:54, Gaudium Press) Na manhã desta quinta-feira, 12, o Papa Leão XIV reuniu-se com cerca de dois mil clérigos da Diocese de Roma, na Sala Paulo VI, no Vaticano. Durante o encontro, o Santo Padre exortou aos sacerdotes e diáconos para que, diante dos desafios da cidade e do mundo, renovem sua unidade, exemplo de vida e compromisso profético.
Em seu primeiro discurso ao clero romano, o Pontífice manifestou seu desejo de conhecer de perto os sacerdotes da Diocese da qual é Bispo e iniciar com eles um caminho de comunhão. Ele também agradeceu aos clérigos pela “vida doada ao serviço do Reino, pelo esforço cotidiano, pela generosidade no exercício do ministério, por tudo aquilo que vivem no silêncio e que, às vezes, é acompanhado pelo sofrimento ou pela incompreensão”.
Importância da comunhão
Destacando a importância da comunhão, Leão XIV recordou que “a Diocese de Roma preside toda a missão da Igreja na caridade e na comunhão, e isso só é possível graças aos sacerdotes, ao vínculo de graça com o Bispo e à fecunda corresponsabilidade com todo o povo de Deus”. Porém, alertou que atualmente “essa comunhão é dificultada por um clima cultural que favorece o isolamento e a autorreferencialidade”
Ele explicou ainda que “nenhum de nós está isento dessas armadilhas que ameaçam a solidez da nossa vida espiritual e a força do nosso ministério” e que entre os diversos obstáculos internos à vida eclesial está de forma especial “aquele sentimento de cansaço que chega porque vivemos fadigas particulares, porque não nos sentimos compreendidos ou escutados, ou por outros motivos”.
Manifestando seu desejo de ajudar os clérigos, para que recuperem a serenidade no próprio ministério, o Papa lhes pediu “um impulso na fraternidade presbiteral, que tem raízes numa vida espiritual sólida, no encontro com o Senhor e na escuta da sua Palavra”.
Testemunhas de uma vida coerente e transparente
Em seguida, o Pontífice recordou que os sacerdotes são chamados a serem testemunhas de uma vida coerente e transparente e os exortou para que se empenhem em serem “sacerdotes credíveis e exemplares! Recebemos uma graça extraordinária, foi-nos confiado um tesouro precioso do qual somos ministros, servos. E ao servo se pede fidelidade”.
Advertindo sobre o risco de se deixar seduzir pelo mundo, com suas mil ofertas e acabar se afastando do desejo de uma vida santa e se perder os valores profundos de ser presbítero, Leão XIV exortou aos clérigos para que recordem a força do chamado inicial e “deixem-se atrair novamente pelo chamado do Mestre, para sentir e viver o amor da primeira hora, aquele que os levou a fazer escolhas fortes e renúncias corajosas”.
Enfrentar os desafios à luz do Evangelho
Tratando sobre o olhar profético em relação aos desafios contemporâneos, o Santo Padre reconheceu o sofrimento causado pelas injustiças, violências que geram morte, desigualdades, pobreza e tantas formas de exclusão social, “que assume traços de um mal-estar que já não poupa ninguém”.
Citando seu predecessor no pontificado, Leão XIV recordou que o Papa Francisco certa vez afirmou que “à ‘grande beleza’ e ao fascínio da arte deve corresponder também ‘o simples decoro e a normal funcionalidade nos lugares e nas situações da vida ordinária, cotidiana’”. Ele também convidou os clérigos para que não fujam dos desafios, mas os enfrentem à luz do Evangelho.
Ao final de seu discurso, o Pontífice garantiu sua proximidade e encorajou o clero romano a crescer em unidade, exemplaridade e compromisso profético. Leão XIV concluiu com a seguinte citação de Santo Agostinho: “Amem esta Igreja, permaneçam nesta Igreja, sejam esta Igreja. Amem o bom Pastor, o Esposo belíssimo, que não engana ninguém e não quer que ninguém se perca. Rezem também pelas ovelhas desgarradas: que também elas venham, também elas reconheçam, também elas amem, para que haja um só rebanho e um só pastor”. (EPC)
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