Presidente da Conferência Episcopal da Alemanha critica bispos que não participam do Comitê Sinodal
Mons. Georg Bätzing, presidente do episcopado alemão, e a presidente do ZdK, Irme Stetter-Karp, responderam às críticas dos quatro prelados alemães.
Redação (30/05/2025 08:20, Gaudium Press) O bispo Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal alemã, e a presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK), Irme Stetter-Karp, responderam às críticas feitas pelos bispos Gregor Maria Hanke, Stefan Oster, Rudolf Voderholzer e pelo Cardeal Rainer Maria Woelki sobre a criação de um novo órgão sinodal em nível federal. Em uma carta datada da última terça-feira, à qual o site katholisch.de teve acesso, ambos os líderes afirmam que o processo sinodal alemão se inspira no documento final da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e ressaltam que o diálogo com a Santa Sé reforça a confiança mútua.
Em sua missiva, Mons. Bätzing e Stetter-Karp enfatizam que, na recente quarta sessão do Comitê Sinodal em Magdeburgo, foram tomadas decisões fundamentais para a elaboração dos estatutos do futuro órgão sinodal, cuja aprovação caberá à Conferência Episcopal Alemã, ao ZdK e à Santa Sé. Eles insistem que os encontros mantidos com a Cúria Romana serviram de base para avançar nos trabalhos.
Além disso, os presidentes do Comitê Sinodal lamentam que os quatro bispos dissidentes não participem do processo: “Este caminho ainda não foi concluído, mas os senhores se recusam a percorrê-lo conosco”, afirmam. Eles também criticam o fato de que o documento dos prelados tenha sido rapidamente vazado para a imprensa, violando os espaços de diálogo reservados que eles reivindicam.
Mons. Bätzing e Stetter-Karp convidam os quatro bispos para uma reunião para ouvir seus pontos de vista, o que não faz sentido, pois eles já os explicaram repetidamente. Depois de destacar que a sinodalidade exige o envolvimento de todos os bispos diocesanos, o objetivo, afirmam, é continuar trabalhando em conjunto na configuração de uma estrutura sinodal na Igreja alemã.
A crítica dos prelados, recolhida num documento datado de 19 de maio, centra-se na falta de competência canônica do Comité Sinodal para impor decisões a todos os bispos. Recusam a sua pertença ao mesmo e recordam as advertências do Vaticano sobre os limites do processo sinodal alemão. “Continuaremos a trabalhar para promover a sinodalidade romana nas nossas dioceses”, sublinham.
O vice-presidente do ZdK, Thomas Söding, classificou a recusa dos bispos como um retrocesso e apelou à unidade da Conferência Episcopal. Os presidentes dos conselhos diocesanos das dioceses afetadas também mostraram seu desacordo, defendendo o caminho sinodal como uma via de esperança. Da mesma forma, o arcebispo de Paderborn, Udo Markus Bentz, discordou da interpretação que os bispos fazem das indicações do Papa Leão XIV, lembrando que os trabalhos atuais são legitimados pelo magistério ordinário.
O Comitê Sinodal tem como missão preparar um novo órgão sinodal que reúna as propostas do Caminho Sinodal, com vistas à sua constituição em março de 2026. Esse órgão seria composto pelos 27 bispos diocesanos, outros tantos representantes do ZdK e membros adicionais. Também poderá emitir opiniões sobre temas sociais e tomar decisões pastorais.
São diversas as críticas a esse hipotético órgão sinodal, mas a principal é que ele busca equiparar a autoridade dos bispos à dos leigos.
Com informações Katholisch.de
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