Papa Leão XIV toma posse oficialmente da Cátedra do Bispo de Roma
Na tarde deste domingo, 25 de maio, Leão XIV realizou um dos atos mais icônicos no começo de um pontificado: a tomada de posse da Cátedra do Bispo de Roma na Basílica de São João de Latrão.
Fotos: Vatican news/ Vatican Media
Redação (25/05/2025 14:43, Gaudium Press) Na tarde deste domingo, 25 de maio, Leão XIV tornou concreto o caráter diocesano de seu ofício como Bispo de Roma. Depois de ser homenageado no Capitólio pelo prefeito da cidade, o Papa presidiu uma missa durante a qual tomou posse da Cátedra da Basílica Papal, a catedral da cidade. Foi uma cerimônia solene que contou com a presença do clero diocesano e de numerosos fiéis. “Ocupar a cátedra significa cuidar com amor do rebanho de Cristo”, explicou o Cardeal Baldo Reina, vigário-geral do Papa para a diocese, enquanto Leão XIV tomava seu lugar na Cátedra decorada com mosaicos da “mãe de todas as igrejas”, antes do início da liturgia da palavra. Em seguida, o bispo de Roma saudou os membros da diocese que vieram lhe mostrar sua obediência: bispos auxiliares, vigários e leigos.
A Cátedra
A “cátedra” é a sede fixa do bispo, na igreja mãe de uma diocese, daí o nome “catedral”. A palavra significa “cadeira”, símbolo da autoridade e doutrina evangélica que o bispo, como sucessor dos Apóstolos, é chamado a preservar e transmitir à comunidade cristã. Roma é considerada sede da cátedra de Pedro porque foi nesta cidade que ele concluiu a sua vida terrena com o martírio.
E foi exatamente este o aspecto ressaltado por Leão XIV no início da sua homilia: “A Igreja de Roma é herdeira de uma grande história, enraizada no testemunho de Pedro, de Paulo e de inúmeros mártires, e tem uma única missão, muito bem expressa pelo que está escrito na fachada desta Catedral: ser Mater omnium Ecclesiarum, Mãe de todas as Igrejas.”
Leão XIV repetiu as palavras de seu antecessor Francisco sobre a “dimensão materna da Igreja”, pedindo aos fiéis que refletissem sobre isso: ternura, prontidão para o sacrifício e capacidade de ouvir. “Estes são traços que desejamos que cresçam em todo o povo de Deus, e também aqui, na nossa grande família diocesana: nos fiéis e nos pastores, a começar por mim”, expressou Leão XIV.
Comentando as leituras do dia, em particular os Atos dos Apóstolos, o Papa falou sobre a comunidade cristã primitiva em Antioquia e o desafio de se abrir para o mundo pagão. Era uma missão difícil, mas que foi definida por meio do diálogo, através das figuras de Paulo e Barnabé, que subiram a Jerusalém, depois Pedro e os Apóstolos que os ouviram. “Eles não decidiram por conta própria: buscaram a comunhão com a Igreja mãe e foram até lá com humildade”, lembrou o Papa.
Anunciar o Evangelho, deixando-nos transformar
O Evangelho nos ensina “que não estamos sozinhos nas escolhas que fazemos na vida”, continuou Leão XIV. O dom do Espírito nos ajuda a crescer. “Somos ainda mais capazes de proclamar o Evangelho se nos deixarmos conquistar e transformar por ele, permitindo que o poder do Espírito nos purifique no íntimo de nosso ser, para tornar nossas palavras simples, nossos desejos honestos e claros, nossas ações generosas”, sublinhou ele.
Leão XIV manifestou apreço pelo exigente caminho que a Diocese de Roma está percorrendo nestes anos para acolher os seus desafios, dedicando-se sem reservas a projetos corajosos e assumindo riscos, mesmo perante cenários novos e desafiadores. Neste Jubileu, tem se esforçado para receber os peregrinos como “um lar de fé”.
Eu lhes ofereço ‘o pouco que tenho e que sou’
“Quanto a mim, expresso o desejo e o compromisso de entrar neste vasto canteiro, colocando-me, na medida do possível, à escuta de todos, para aprender, compreender e decidir juntos: “para vós sou Bispo, convosco sou cristão”, como dizia Santo Agostinho. Peço que me ajudem a fazê-lo num esforço comum de oração e caridade.”
Ao concluir, Leão XIV manifestou seu carinho por sua nova família diocesana, com o desejo de partilhar com ela alegrias e dores, cansaços e esperanças. “Também eu lhes ofereço ‘o pouco que tenho e que sou'”, afirmou, citando as palavras do Beato João Paulo I na mesma ocasião em 1978. E confiou todos à intercessão dos Santos Pedro e Paulo e “de tantos outros irmãos e irmãs, cuja santidade iluminou a história desta Igreja e as ruas desta cidade. Que a Virgem Maria nos acompanhe e interceda por nós”.
Saudação da Loggia da Basílica
No final da celebração eucarística, da loggia da basílica, o Papa dirigiu-se aos fiéis reunidos diante da Basílica de Latrão. “A paz esteja convosco!”, começou o seu discurso, como no primeiro dia da sua eleição, e agradeceu aos presentes, a quem convidou a dar testemunho de esperança.
“Queridos irmãos e irmãs, comunidade de Roma, é com grande prazer que estou aqui convosco nesta noite, neste ato litúrgico. Celebramos a posse como vosso novo bispo de Roma. Obrigado a todos vós!”
“Vivamos a nossa fé, especialmente neste ano jubilar, procurando a esperança, mas também tentando ser o nosso próprio testemunho que dá esperança ao mundo, um mundo que sofre tanto: tanta dor por causa das guerras, da violência, da pobreza! Mas o Senhor pede-nos, a nós cristãos, que sejamos sempre esse testemunho vivo. Viver a nossa fé, sentir no nosso coração que Jesus Cristo está presente e saber que ele nos acompanha sempre no nosso caminho. Obrigado por caminharmos juntos! Caminhemos todos juntos! Contem sempre comigo, que sou um cristão convosco e um bispo para vós”.
Com informações Vatican news
Deixe seu comentário