O fundador do protestantismo
Das quatro Revoluções visando destruir a Igreja e a Civilização Cristã, bem como instaurar o reino do Príncipe das Trevas, a Pseudo-Reforma, promovida pelo padre apóstata Lutero no início do século XVI, foi a primeira.
Redação (20/05/2025 17:32, Gaudium Press) Martinho Lutero nasceu numa cidade da Alemanha Oriental, em 1483. Ingressou num convento agostiniano e foi ordenado sacerdote, em 1507.
Movido pelo ódio à Igreja, bem como pelo orgulho e sensualidade, passou a propugnar teses contrárias à Doutrina Católica. Entre outros erros pregava que a fé basta, ou seja, não são necessárias as obras. Negava, portanto, a epístola de São Tiago que diz: “A Fé sem obras é morta” (cf. Tg. 2, 17)
Em 31 de outubro de 1517, na porta da capela do Castelo de Wittenberg, Lutero afixou um texto contendo críticas às indulgências. Isso foi apenas um pretexto, pois ele negou muitos princípios fundamentais da Doutrina da Igreja e falsificou outros.
Oito anos depois, ele se casou com uma freira apóstata e morreu em 1546.
Orgulho e sensualidade
Sobre Lutero e a Revolução por ele promovida, sintetizamos algumas considerações escritas por Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:
“O orgulho e a sensualidade, em cuja satisfação está o prazer da vida pagã, suscitaram o protestantismo.
“O orgulho deu origem ao espírito de dúvida, ao livre exame, à interpretação naturalista da Escritura. Produziu ele a insurreição contra a autoridade eclesiástica, expressa em todas as seitas pela negação do caráter monárquico da Igreja Universal, isto é, pela revolta contra o Papado.
“Algumas, mais radicais, negaram também o que se poderia chamar a alta aristocracia da Igreja, ou seja, os Bispos, seus Príncipes. Outras ainda negaram o próprio sacerdócio hierárquico, reduzindo-o a mera delegação do povo, único detentor verdadeiro do poder sacerdotal.
“No plano moral, o triunfo da sensualidade no protestantismo se afirmou pela supressão do celibato eclesiástico e pela introdução do divórcio”.[1]
Abominável sequência de blasfêmias
Logo após João Paulo II ter visitado, em 11 de dezembro de 1983, o templo luterano de Roma, onde fez um discurso, Dr. Plinio escreveu dois artigos publicados pela “Folha de São Paulo”, dos quais destacamos alguns pontos.
Um dos mais conhecidos historiadores do século XX, Frantz Funck-Brentano (1862-1947), membro do Instituto de França, e aliás insuspeito protestante, em sua obra “Luther” escreve:
“Cristo – diz Lutero – cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte, de que nos fala João. Não se murmurava em torno dele: ‘Que fez, então, com ela? Depois com Madalena, em seguida com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente’”.[2]
Afirmava também o monge apóstata que certamente Deus é grande e poderoso, bom e misericordioso […], mas é estúpido e tirano. Moisés agia movido por sua vontade, como seu lugar-tenente, como carrasco que ninguém superou, nem mesmo igualou em assustar, aterrorizar e martirizar o pobre mundo.
Coerente ainda nesta abominável sequência, num panfleto de intitulado “Contra o pontificado romano fundado pelo diabo”, de março de 1545, Lutero chamava o Papa não “santíssimo”, segundo o costume, mas “infernalíssimo”, e acrescentava que o Papado se mostrou sempre sedento de sangue.[3]
Para Lutero, a voz da consciência é do demônio
Elemento absolutamente característico do ensinamento de Lutero é a doutrina da justificação independente das obras.
Em termos mais chãos, os méritos superabundantes de Nosso Senhor Jesus Cristo só por si asseguram ao homem a salvação eterna. De sorte que se pode levar nesta Terra uma vida de pecado, sem remorsos de consciência, nem temor da justiça de Deus.
A voz da consciência era para ele, não a da graça, mas a do demônio!
Em sua magnífica obra “A Igreja, a Reforma e a Civilização”, o Padre Leonel Franca (1893-1948) apresenta impressionantes dados sobre o fundador do protestantismo.
Lutero escreveu a um amigo que o homem vexado pelo demônio, de quando em quando, “deve beber com mais abundância, jogar, divertir-se e mesmo fazer algum pecado em ódio e acinte ao diabo, para não lhe darmos azo de perturbar a consciência com ninharias. […] Todo o Decálogo se nos deve apagar dos olhos e da alma, a nós tão perseguidos e molestados pelo diabo”.
Em carta a seu discípulo Melanchton, de 1º de agosto de 1521, afirmou:
“Sê pecador, e peca a valer, mas com mais firmeza ainda crê e alegra-te em Cristo, vencedor do pecado, da morte e do mundo. Durante a vida presente devemos pecar. Basta que pela misericórdia de Deus conheçamos o Cordeiro que tira os pecados do mundo. Dele não nos há de separar o pecado, ainda que cometêssemos por dia mil homicídios e mil adultérios”
Pensava que ele mesmo era Deus
Tão descabelada é esta doutrina que o próprio Lutero a duras custas nela conseguia acreditar: “Nenhuma religião há, em toda a Terra, que ensine esta doutrina da justificação; eu mesmo, ainda que a ensine publicamente, com grande dificuldade a creio em particular”.
E acerca de seus sequazes declarou que “são sete vezes piores que outrora. Depois da pregação da nossa doutrina, os homens entregaram-se ao roubo, à mentira, à impostura, à crápula, à embriaguez e a toda espécie de vícios. Expulsamos um demônio (o papado) e vieram sete piores”.
Todas essas insânias explicam como Lutero chegou ao frenesi do orgulho satânico, dizendo de si mesmo: “Este Lutero não vos parece um homem extravagante? Quanto a mim, penso que ele é Deus. Senão, como teriam os seus escritos e o seu nome a potência de transformar mendigos em senhores, asnos em doutores, falsários em santos, lodo em pérolas!”[4]
E conclui Dr. Plinio:
“O que de comum se pode encontrar, pois, entre essa moral e a da Santa Igreja Católica Apostólica Romana?”[5]
Por Paulo Francisco Martos
Noções de História da Igreja
[1] CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Revolução e Contra-Revolução. 10. ed. em português. São Paulo: Associação Brasileira Arautos do Evangelho. 2024, p.39.
[2] FUNCK-BRENTANO, Frantz. Luther. Paris: Grasset, 7 ed. 1934, p. 235.
[3] Cf. Idem, ibidem. p. 230, 337-338.
[4] Cf. LEONEL FRANCA, Edgard da Silveira. A Igreja, a Reforma e a Civilização. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3. ed., 1934, p. 158, 190, 199, 200, 439, 440.
[5] Cf. CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Lutero: não e não. In “Folha de São Paulo”, 27/12/1983; Lutero pensa que é divino! 10/1/1984.
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