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Superior Geral dos Jesuítas: não há uma regra única sobre o que fazer com as obras de Rupnik

“A primeira coisa que tenho a dizer é que este não é um caso fácil de lidar, porque causou muita dor, tanto para as vítimas quanto para nós, seus companheiros. Falar sobre isso é sempre difícil, porque quando você fala sobre algo tão doloroso, não é fácil expressar tudo o que se sente”.

Pe. Sosa – Foto: ADN Celam

Pe. Sosa – Foto: ADN Celam

Redação (12/04/2025 10:54, Gaudium Press) Não existe “uma regra única” para decidir o que fazer com as obras do ex-jesuíta Marko Rupnik, declarou o Pe. Arturo Sosa, geral da Companhia de Jesus, em uma coletiva de imprensa na Associação de Imprensa Estrangeira, em Roma. O Pe. Rupnik, atualmente incardinado na diocese de Koper, foi acusado de abuso sexual, espiritual e psicológico, principalmente de ex-religiosas.

“Acho que não existe uma regra única para tudo, depende do quanto isso realmente afeta alguém”, afirmou ele, e depois comentou a atitude do bispo Jean Marc Micas, de Lourdes, que, em novembro de 2023, criou um grupo consultivo para decidir o que fazer com os mosaicos de Rupnik no santuário. Desse grupo, participaram vítimas de abuso sexual da França e de outros países, juntamente com especialistas, em vez de o bispo decidir sozinho o que fazer.

“Acho que foi bom o que o bispo de Lourdes fez. Foi um longo processo de discernimento com as pessoas, com a comunidade local, com as vítimas, para chegar a uma decisão que não refletisse apenas sua opinião, mas uma posição que fosse fruto de um processo coletivo. Porque os contextos são diferentes”, ressaltou o Pe. Sosa.

Com relação a possíveis novas denúncias nesse caso, o Geral assegurou que “a possibilidade de receber mais denúncias está sempre aberta. Mas temos que ter em mente que Marko Rupnik não é mais um membro da Companhia de Jesus. Ele foi expulso justamente porque não cooperou com o processo de cura. Agora, se novas denúncias forem recebidas, elas devem ser apresentadas diretamente ao Dicastério da Doutrina da Fé”, onde um processo preliminar está em andamento contra o ex-jesuíta Rupnik, para o qual ainda não foi marcada uma data de julgamento.

Perguntado sobre o abuso espiritual, um assunto atualmente em discussão no Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), que ainda não está tipificado no Direito Canônico, o Pe. Sosa reconheceu a complexidade do caso Rupnik.

“A primeira coisa que tenho a dizer é que este não é um caso fácil de lidar, porque causou muita dor, tanto para as vítimas quanto para nós, seus companheiros. Falar sobre isso é sempre difícil, porque quando você fala sobre algo tão doloroso, não é fácil expressar tudo o que se sente”.

Ele acrescentou que todos – inclusive as vítimas – estão aguardando a resolução do julgamento, embora reconheça que não é um processo fácil. Desde o início, disse ele, a Companhia de Jesus tem tentado encontrar formas de cura de acordo com as vítimas, reconhecendo que cada ferida é diferente e requer uma resposta personalizada.

Com informações Aciprensa

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