Faleceu McCarrick, ex-cardeal demitido do estado clerical por abusos
Faleceu no dia 3 de abril, aos 94 anos, Theodore McCarrick, ex-cardeal e arcebispo de Washington, que viveu por décadas entre os mais altos círculos da Igreja e, posteriormente, foi considerado culpado, e reduzido ao estado laical, em uma investigação do Vaticano por abuso de menores e adultos.
Foto: Vatican news
Redação (06/04/2025 11:32, Gaudium Press) Theodore Edgar McCarrick, o ex-arcebispo metropolitano de Washington, que foi demitido do estado clerical em 2019 por abuso comprovado, inclusive de menores, faleceu aos 94 anos nesta última quinta-feira, 3 de abril, no Missouri, nos Estados Unidos, onde vivia retirado da vida pública.
McCarrick foi considerado por muito tempo como uma das personalidades mais influentes da Igreja Católica nos Estados Unidos. Ele foi inicialmente bispo auxiliar em Nova York, depois bispo de Metuchen e arcebispo de Newark, antes de estar à frente da Arquidiocese de Washington de 2000 a 2006.
Em 2018, o cardeal, que já havia se aposentado na época, se viu no centro de sérias acusações de abusos de adultos – especialmente seminaristas – e menores. As acusações inicialmente levaram a uma suspensão “a divinis”, ou seja, uma proibição de exercer seu ministério sacerdotal.
No mesmo ano, McCarrick ofereceu ao Papa sua renúncia do Colégio de Cardeais. O Papa Francisco aceitou e, ao mesmo tempo, ordenou que McCarrick se retirasse completamente da vida pública e levasse uma vida de oração e penitência até que o processo canônico regular pudesse ser realizado.
A decisão canônica final foi definitivamente tomada em fevereiro de 2019: McCarrick foi demitido do estado clerical pela Congregação para a Doutrina da Fé (agora o Dicastério para a Doutrina da Fé). O Vaticano o considerou oficialmente culpado de repetidas ofensas contra o sexto mandamento em relação a menores e adultos e de abuso de autoridade espiritual, particularmente em confissões. O Papa Francisco reconheceu a decisão como “irrevogável”.
Em 2020, o Vaticano publicou um relatório de investigação abrangente sobre McCarrick. A investigação interna de dois anos conduzida pela Secretaria de Estado do Vaticano trouxe à tona depoimentos de testemunhas confiáveis e material incriminador documentando atos de abuso que remontam às décadas de 1980 e 1990. O relatório também mostrou que havia indícios iniciais da má conduta de McCarrick dentro da Igreja, mas essas informações não foram repassadas ou não foram levadas a sério o suficiente. Isso permitiu que McCarrick chegasse à liderança da Arquidiocese de Washington.
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